O trabalho docente dedicado à primeira infância “naturalizou-se” diante da perspectiva de gênero como sendo um espaço reservado às práticas femininas. No entanto, apesar de ser um grupo minoritário, observa-se que tem aumentado gradativamente o quantitativo de docentes homens que decidem lidar diretamente com as questões paradigmáticas que atravessam a divisão sexual do trabalho e as noções hegemônicas de masculinidades e optam por enfrentar os estigmas que perpassam a atuação docente masculina na Educação Infantil. O presente estudo tem por objetivo analisar como se dá a construção social de docentes homens que atuam na Educação Infantil, refletindo sobre como os atravessamentos sociais relacionados à perspectiva das relações de gênero influenciam neste processo. Sendo esta pesquisa de caráter qualitativo, utilizaremos como ferramenta metodológica a aplicação de um questionário com perguntas abertas, fechadas e dependentes de modo a compreender a identidade docente de sete profissionais que atuam na Educação Infantil. A análise das informações tem por anseio correlacionar os dados obtidos neste estudo com o referencial teórico no campo das relações de gênero que subsidia as problematizações que constituíram a pesquisa. Diante desse cenário de tensões e conflitos, pretendemos enfatizar a importância de viabilizarmos para as crianças pequenas uma educação emancipatória em termos de diversidade com foco na qualificação profissional e livre de rótulos. A Educação Infantil precisa romper com os estereótipos para que suas práticas e os agentes que nela atuam possam ser pensados no âmbito profissional, só assim poderemos alcançar a instauração de uma sociedade mais justa e inclusiva.