O ciberespaço, entendido por nós como uma dimensão da realidade concreta, é inaugurado a partir do desenvolvimento técnico-científico-informacional observado a partir das últimas décadas do século XX. Este trabalho tem em vista construir uma discussão teórica a luz da Geografia sobre o ciberespaço, uma vez que o consideramos como um local privilegiado para favorecer e desenvolver a manifestação de ideias e crenças. Desta maneira, enxergamos este espaço nas redes como um espaço potencial para a disseminação de discursos fundamentalistas religiosos e de atuação politizada de mulheres conservadoras. Tendo em vista isto, apresentaremos neste trabalho o movimento “Mulheres com Bolsonaro – MCB”, que surge como grupo na plataforma do Facebook no ano de 2018, atuando em oposição ao grupo “Mulheres Unidas contra Bolsonaro – MUCB” que teve bastante visibilidade através da viralização da hashtag #EleNão nas redes sociais. Em contrapartida, o MCB traz à tona a discussão da existência de mulheres que compactuam e apoiam pautas conservadoras, principalmente em defesa da família dita tradicional e em relação a um discurso de desmoralização da mulher consequente do feminismo. Desta maneira, teremos em vista analisar as publicações do grupo “Mulheres com Bolsonaro” nas redes sociais, a fim de compreender como essas mulheres atuam no ciberespaço, suas principais pautas de discussões e preocupações.