A centralidade do conceito de conhecimento nas teorias de currículo expressa uma problemática em que os desafios epistemológicos fazem do conhecimento uma resposta curricular na qual a ontologia é entendida como dada. Ao obliterar a relação ontoepistemológica nas discussões em torno do conhecimento, as teorias de currículo, frequentemente, acabam concebendo o currículo como coisa, que facilmente desliza para o entendimento do currículo como conhecimento ou algo a ser ensinado. Ao assumir a teorização como método, o presente trabalho tem como objetivo aproximar o pensamento de Denise Ferreira da Silva, no que tange ao pilares ontoepistemológicos que sustentam o texto modero – a separabilidade, a determinabilidade e a sequencialidade – das teorizações curriculares para expor como essa centralidade no conhecimento depende desses pilares para funcionar. Isso porque, ao expor o funcionamento da separabilidade, da determinabilidade e da sequencialidade é possível a compreensão de como a noção de causa e efeito se repete em diferentes matrizes das teorias de currículo sobre a questão do conhecimento, onde espaço e tempo são tidos como descritores do mundo. Nesse movimento, a diferença é obliterada, já que para funcionar, o texto moderno precisa de um outro do lado de fora. Isso se torna um problema porque o modo como o conhecimento é discutido nas teorias de currículo pressupõe discussões sobre o espaço e o tempo e essa discussão está assentada no texto moderno.