Este trabalho apresenta uma revisão exploratória da literatura cientifica sobre efetividade e abrangência das políticas públicas implementadas pelo Estado brasileiro em prol da população TLGBQIAPN+. Tal revisão teve como marco exploratório final o ano de 2022 e como marco exploratório inicial o período pós-julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 26, que criminalizou todas as formas de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, o qual ocorreu em 2019. Os textos analisados nesta revisão reconhecem a importância das políticas públicas voltadas para a população TLGBQIAPN+. Todavia, fazem críticas à efetividade e abrangência delas. Igualmente, demonstram a importância do estabelecimento de estratégias políticas que, desde a perspectiva queer, confrontem as tendências de naturalização e, principalmente, homogeneização das identidades gay/homossexual. Tal importância reside no fato de que as estratégias em questão detêm a capacidade de influir positivamente no funcionamento das políticas públicas, tornando-as mais efetivas, abrangentes e inclusivas. Esse diagnóstico ancora-se na perspectiva segundo a qual a desconsideração das particularidades e subjetividades dessa população agrava a sua situação de vulnerabilidade social e viola princípios fundamentais elencados na Constituição Federal de 1988. Outrossim, tal diagnóstico defende a necessidade de implementação de políticas públicas que, a partir de um viés interseccional, considerem, desde a sua formulação, a relevância teórica e prática dos diferentes marcadores sociais, a exemplo de raça, religião e território. Por fim, os trabalhos analisados defendem a ideia de um Estado garantidor de proteção social, o qual é visto como fundamental para assegurar à população TLGBQIAPN+ o acesso igualitário aos serviços públicos (educação, saúde, segurança etc.), a promoção da igualdade de oportunidades no mercado de trabalho e o combate à discriminação em todas as suas formas.