O cinema é uma linguagem que pode ser significada não apenas como arte, mas como uma pedagogia cultural que atua para mobilizar e desestabilizar certezas, uma vez que coloca sob suspeita nossas formas de olhar e entender o que chamamos de realidade. Nesse sentido, um dos efeitos do cinema como pedagogia cultural é sua articulação com corpo, gênero e sexualidade e, desse modo, esta pesquisa em andamento busca discutir sentidos relacionados ao corpo e às masculinidades na cinematografia brasileira contemporânea. Por meio de teorizações pós-estruturalistas e pós-coloniais em textos de Guacira Louro, Judith Butler, Kimberlé Crenshaw e Sirma Bilge, mobiliza-se as noções de performatividade de gênero e interseccionalidade na articulação entre cinema, corpo e masculinidades. Entre seus objetivos, destaca-se: Discutir como o cinema brasileiro contemporâneo significou corpo e masculinidade na sua produção mais recente; Problematizar diferentes modos de ser homem na cinematografia brasileira contemporânea; Interpretar a intersecção entre as masculinidades e diversos outros marcadores da diferença presentes nos filmes. Como metodologia será operacionalizada uma Etnografia de Tela para interpretação e problematização dos filmes brasileiros Madame Satã; Besouro; Tatuagem; Praia do Futuro; Hoje eu quero voltar sozinho; Beira-Mar; Carlinhos e Carlão; e Mariguella. Entre os resultados preliminares, identificamos que o corpo masculino vem se mostrando diverso no cinema brasileiro, pois é reflexo da multiplicidade de identificações das masculinidades que circulam na sociedade contemporânea. Assim, os estudos sobre corpo, gênero e sexualidade, ao focalizarem o cinema como artefato cultural, terão um escopo potente de problematização em suas pesquisas na interpretação das masculinidades.