O artigo 5º da CF 1988 diz que somos todos iguais perante a lei, em oportunidades e direitos. Tal como muitas leis no Brasil, essa não pegou. O texto constitucional fala de uma igualdade formal, legal. Levado a este foro, por vezes esse discurso se confirma. Por outras tantas vezes não. É nesse ponto que os marcadores sociais da diferença revelam sua pujança sem o menor pejo. Gênero, raça/etnia, condição física, sexualidade e identidade de gênero confluem para demarcar que uns são mais humanos que outros. Quando abrimos os portais de notícias algumas notícias são recorrentes: “Brasil é o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo”, “Ação da polícia na periferia de uma cidade brasileira deixa X mortos. Polícia fala em legítima defesa”. A questão é que essas notícias não parecem sensibilizar ninguém, elas continuam se repetindo e empilhando corpos de gente pobre e preta. Assim, para um homem negro e gay, é quase como se convivesse com a morte a cada esquina, que pode vir por meio de uma abordagem policial, da ação de uma pessoa individual, da falta de acessos, do encarceramento ou ainda nas oportunidades que são obstaculizadas ao longo do caminho. Por vezes o sofrimento em razão disso é tão brutal que muitas pessoas nessa situação preferem abreviar suas existências. Diante desse cenário, pretendemos lançar mão de pesquisa bibliográficas, documentais, bem como de dados sobre mortes de pessoas negras e LGBTQIA+ para retratar essa conjuntura e pensar em alternativas de superação dessa conjuntura.