O presente trabalho é parte de uma iniciação científica com enfoque na educação no antropoceno e ecologias queers. Apresento meu recorte individual de pesquisa experimental desenvolvida durante o projeto e, em caráter ensaístico-teórico, centro-me na figura do vírus a partir de um olhar queer, enxergando nela a potencialidade de movimentar discussões de sexualidade, política e temporalidades em meio e a partir do campo de estudos queer. Baseando-me nas noções de como as distinções de vida e não vida são dependentes do dispositivo da sexualidade, e na intercessão de práticas artísticas de Felix Gonzalez-Torrez e Leonilson, marcadas pela intimidade e pela experiência com o HIV, busco entender as relações de emaranhados que se constroem entre humanos e não-humanos, e de que forma estes padrões complexos estruturam temporalidades opositoras à uma lógica heterocisnormativa. Desta forma, exploro que não apenas o vírus, mas também as experiências entrelaçadas com e por ele são capazes de se emaranharem com o processo da construção de intimidades, tecendo temporalidades queer próprias.