Ailton Krenak diz em seu livro Ideias para Adiar o Fim do Mundo que “Nosso tempo é especialista em criar ausências”, desta forma, o presente trabalho é um movimento rumo a uma tentativa de dessoterrar, através do corpo de uma bicha racializada da Amazônia, saberes contidos em corpos racializados dissidentes dos modelos de gênero e sexualidade no território Amazônico, uma reflexão em terceira e primeira pessoa sobre uma retomada ancestral em direção aos saberes não localizados, para além da sexualização, dos gestos não coloniais que dão conta de manter viva a bicha no território, trazendo como aporte o trabalho de Leda Maria Martins sobre espiralar do tempo como ferramenta de desmonte colonial, tornando a bicha uma ferramenta descolonial em sua materialização, como também desobediente.