O objetivo deste trabalho é analisar os trajetos de jovens mulheres estudantes de licenciatura em matemática por meio da perspectiva das epistemologias que investigam as várias facetas das mulheridades em diferentes contextos. Além disso, esse estudo também investiga o corpo sob as lentes das teorias butlerianas e do Transfeminismo, com foco na amplificação das dimensões interseccionais do feminismo negro. Fundamentado em uma ótica metodológica de pesquisa qualitativa feminista, este estudo utiliza entrevistas narrativas como a principal fonte de dados, das quais foram conduzidas por meio de análise de singularidades e análise de convergências. As colaboradoras foram duas licenciandas em matemática que se autoidentificam como feministas pós-estruturalistas e que possuem corpos políticos e dissidentes que vão na contramão das normas hegemônicas; uma delas é mulher cisgênera e negra e a outra é mulher travesti e branca. As mulheridades que esses corpos políticos representam propõem uma redefinição do ensino da matemática, movendo-o de um lugar de neutralidade para uma perspectiva crítica e decolonial.