Dentre as características contemporâneas de produção de sexo, as “novas tecnologias do corpo” difundiram-se, sobretudo, a partir da segunda metade do século XX, inaugurando uma nova forma de viver, pensar e disciplinar os corpos. Neste contexto, inspirado em Paul B. Preciado, esta investigação procura debruçar-se nas diretrizes curriculares da formação dos educadores de pares, esses que fazem a ponte entre a política pública da Profilaxia Pré Exposição (PrEP) e os indivíduos com frequentes situações de exposição ao HIV e com diferentes formas de práticas sexuais, para tentar entender o processo de desidentificação da homossexualidade em detrimento à produção vigente da “gaycidade” em questão. Com a necessidade de habitar a “categoria gay”, o estilo de vida farmacopornográfico surge como uma possibilidade atraente de inteligibilidade. Da mesma forma que, na segunda década do Século XXI a Profilaxia Pré Exposição (PrEP) emerge em um contexto científico de saúde, como meio de prevenção ao vírus do HIV/AIDS, ao mesmo tempo, define um novo regime de gestão e controle do vivente, a fim de disciplinar os corpos e não mais de permitir que esses corpos permaneçam nos espaços disciplinadores, conforme alinha o conceito preciadiano.