A parentalidade não-hegemônica é debatida, principalmente, no que se refere a casais homoafetivos e o processo de adoção, entretanto, também se atrela a composição familiar transparental, pois pessoas transexuais sofrem grande preconceito e dificuldades para adentrar o sistema de adoção. Além desse contexto, há a possibilidade de pessoas transexuais que optam ou ainda não realizaram cirurgias de redesignação sexual, engravidarem. A gravidez de pessoas transexuais ainda é muito ignorada pela sociedade, contudo torna-se necessário uma análise sobre a efetividade dos direitos sexuais e reprodutivos desta minoria social. Levando-se em consideração que pessoas transexuais masculinas podem necessitar de assistência à saúde no planejamento familiar e/ou processo gravídico (planejado ou não), cabe às equipes de saúde estarem devidamente capacitadas a acolher, prestar assistência e atender estes usuários de forma integral e equitativa como preconiza os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), reformulando seu ambiente de cuidado. Dentre os mecanismos existentes, o SUS possui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) que visa manter a formação continuada desses profissionais e por meio desta e da Política Nacional de Saúde Integral da População LGBTQIAP+ (PNSI LGBT+) que objetiva-se criar uma cartilha educativa sobre os cuidados e atenção à saúde de homens transexuais e transmasculinos, abordando neste o respeito institucional, aborto, cuidados na hormonioterapia, parto, amamentação e uso do banco de leite humano, além de cuidados pós-parto e ginecológicos, através da participação social desse público e conhecimentos de profissionais especializados, para sua divulgação para servidores de diversos níveis de atenção à saúde.