Problematizado pelas discussões empreendidas no campo da Linguística Aplicada Implicada / LAI (Souto Maior, 2022; 2023) e da Linguística Aplicada Transviada / LAT (Bezerra, 2023), este trabalho tem como objetivo discorrer sobre as impressões socio-identitárias que suscitam da bicha/pesquisador, ser político, à luz das suas inúmeras “constituições identitárias” (Silva Lima e Souto Maior, 2020; Silva Lima, 2021a; 2021b). Assim, a fim de questionar os espaços e lugares que atua, de acordo com o entendimento da academia e da teia social, metodologicamente este estudo encontra-se no campo da pesquisa qualitativa, de cunho “autoetnográfico” (Santos, 2017), entendido como um conjunto de subjetividades que são constituídas por impressões e interações no mundo, promovendo relações de conhecimento e, consequentemente, implicações nos contextos sociais e políticos. Além disso, a concepção de linguagem adotada para este trabalho, tanto na LAI quanto na LAT, está centrada na orientação sexual da bicha/pesquisador a partir de “práticas, desejos, medos, fetiches, e diversos outros aspectos que figuram os modos sexuais” (Miskolci, 2017), assim como a linguagem é compreendida como “movimento que se constitui em sociedade” (Souto Maior e Luz, 2019). Desse modo, as constituições identitárias são (trans)formadas não somente nas relações de interação do sujeito, mas principalmente na compreensão que se constrói de si para o mundo, oportunizando diversas dinâmicas que se somam ao olhar do ser político frente à estrutura social, possibilitando a bicha/pesquisador como uma política em (des)construção.