Artigo Ciência e Arte do Encontro: o Rio de Braços Abertos

E-books

ISBN: 978-85-61702-97-7

DESCONSTRUINDO UNA: ABUSO INFANTIL, MEMÓRIA TRAUMÁTICA E O POTENCIAL DOS QUADRINHOS PARA DISCUTIR A CULTURA DO ESTUPRO

Palavra-chaves: , , , , Comunicação Oral (CO) ST 05 - EDUCAÇÃO SEXUAL E PARA RELAÇÕES DE GÊNERO, IDENTIDADE DE GÊNERO E SEXUALIDADES NAS ESCOLAS: PAUTANDO INFÂNCIAS, ADOLESCÊNCIAS E JUVENTUDES DE IDENTIDADES DISCIDENTES NO ENFOQUE DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS
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          Em sua d&eacute;cima primeira edi&ccedil;&atilde;o, o que demonstra continuidade e relev&acirc;ncia acad&ecirc;mica e social, os CINABETH congregaram em m&eacute;dia em torno de 1.000 pesquisadoras/es de m&uacute;ltiplas &aacute;reas e de distintos pa&iacute;ses, apresetaram trabalhos orais, p&ocirc;steres, simp&oacute;sios e confer&ecirc;ncias. A reverbera&ccedil;&atilde;o dos conte&uacute;dos aliados ao evento representaram um forte impacto e refletiram profundamente no campo da luta por direitos LGBTI+ no Brasil e na Am&eacute;rica Latina. Os conte&uacute;dos abordados no CINABETH chegaram a profissionais que atuam na execu&ccedil;&atilde;o das pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, e ainda h&aacute; uma participa&ccedil;&atilde;o, desde o processo de organiza&ccedil;&atilde;o do evento, dos movimentos sociais LGBTI+, sindicais, de luta pela terra, etnicorraciais e feministas.<br />\r\n
          Sendo assim, a inova&ccedil;&atilde;o e o impacto no campo dos direitos e das lutas, se d&atilde;o igualmente por meio de alian&ccedil;as e parcerias com protagonistas pol&iacute;ticos, que intencionam transformar a realidade de viola&ccedil;&atilde;o de direitos &agrave; qual a popula&ccedil;&atilde;o LGBTI+, em especial negra e ind&iacute;gena.
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                  A ARTE DO ENCONTRO COMO RESIST&Ecirc;NCIA INTELECTUAL<br />\r\n
                  Jaqueline Gomes de Jesus<br />\r\n
                  &quot;A vida &eacute; a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida&rdquo;. Samba da ben&ccedil;&atilde;o, de Vin&iacute;cius de Moraes. &ldquo;<br />\r\n
                  - Natural &eacute; as pessoas se encontrarem e se perderem. - Natural &eacute; encontrar. Natural &eacute; perder. - Linhas paralelas se encontram no infinito. - O infinito n&atilde;o acaba. O infinito &eacute; nunca. - Ou sempre&rdquo;. O dia que J&uacute;piter encontrou Saturno, de Caio Fernando Abreu.<br />\r\n
                  &ldquo;Os bons amigos sempre se encontram&rdquo;. O Beb&ecirc; de Tarlatana Rosa, de Jo&atilde;o do Rio<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Jo&atilde;o Paulo Em&iacute;lio Crist&oacute;v&atilde;o dos Santos Coelho Barreto, cujo nome social era Jo&atilde;o do Rio, cronista da vida urbana no Rio de Janeiro do come&ccedil;o do s&eacute;culo XX, jornalista e escritor popular e reconhecido pela cr&iacute;tica, membro mais jovem a ter sido eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1910, aos 28 anos, um homem negro e gordo, era particularmente perseguido por uma parcela da elite intelectual de sua &eacute;poca por tamb&eacute;m ser homossexual (CASTRO, 2019). Tentou ser diplomata, por&eacute;m seu ingresso no Itamaraty foi barrado pelo Bar&atilde;o do Rio Branco, em 1902, sob o &ldquo;argumento&rdquo; de que a diplomacia brasileira&nbsp;n&atilde;o poderia ser representada por um homem &ldquo;gordo, amulatado e homossexual&rdquo; (CAIXETA, 2021).<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Certamente surpreender&aacute; a um n&uacute;mero significativo de leitores dos nossos tempos (especialmente os acostumados a aplicarem termos como &ldquo;comunidade&rdquo; a qualquer conjunto de pessoas oriundas do mesmo grupo social historicamente discriminado, e esperarem identifica&ccedil;&atilde;o imediata entre esses indiv&iacute;duos) descobrirem que ele era atacado sistematicamente, com o uso de termos extremamente virulentos, at&eacute; mesmo por autores gordos, como Em&iacute;lio de Menezes, que ap&oacute;s a elei&ccedil;&atilde;o daquele para a Academia, espalhou pelo Rio este poema:<br />\r\n
                  Na previs&atilde;o dos pr&oacute;ximos calores A Academia, que idolatra o frio N&atilde;o podendo comprar ventiladores Abriu as portas para o Jo&atilde;o do Rio<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  E Ant&ocirc;nio Torres, para quem Jo&atilde;o do Rio tinha &ldquo;bei&ccedil;orra eti&oacute;pica&rdquo;, era &ldquo;homem-torpeza que trouxe para o mundo todas as ancestralidades f&eacute;tidas dos excrementos falsificados&rdquo;, &ldquo;invertido&rdquo; e &ldquo;pederasta passivo&rdquo;. Torres tentou espalhar pela cidade um apelido para Jo&atilde;o do Rio: &ldquo;Madame Bicicleta&rdquo;, porque &ldquo;todo mundo montava nele&rdquo;.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Autores negros, como o pr&oacute;prio Torres, e Lima Barreto, igualmente, n&atilde;o se isentaram de atacar Jo&atilde;o do Rio, em fun&ccedil;&atilde;o do que atualmente conseguimos reconhecer como homofobia. Barreto afirmou que se &ldquo;recusava a dizer-se literato &mdash; porque Jo&atilde;o do Rio o &eacute;&rdquo; e criou o personagem Raul de Gusm&atilde;o, em Recorda&ccedil;&otilde;es do Escriv&atilde;o Isa&iacute;as Caminha, como um homossexual inspirado em Jo&atilde;o do Rio, a quem se referiu como &ldquo;misto de su&iacute;no e s&iacute;mio&rdquo;.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  D&eacute;cadas depois, uma pesquisa de amostragem nacional (Instituto Paulista de Pesquisas de Mercado, 1983), cuja coleta de dados ocorreu em 1980, envolvendo 3.054 respondentes em capitais e grandes cidades, identificou que 57,1% dos entrevistados da cidade do Rio de Janeiro rejeitavam o que ent&atilde;o se denominava de &ldquo;problema do homossexualismo&rdquo; (SIC), ao passo que apenas 8,7% consideravam normal ser homossexual. Era praticamente inexpressivo o n&uacute;mero de respondentes que expressaram o desejo de ter um relacionamento sexual com pessoas negras, e a quase totalidade criticava a troca de casais, pr&aacute;tica que, entretanto, era conhecida por 60% dos entrevistados.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  De forma alguma a vida intelectual est&aacute; dissociada da cultura que lhe possibilitou existir. Desse modo, a academia, por mais que busque observar a sociedade, tem nela ra&iacute;zes profundas, tanto naquilo que h&aacute; de mais progressivo quanto de&nbsp;retr&oacute;grado. Cabe-nos ter consci&ecirc;ncia disso para n&atilde;o reproduzirmos formas alienadas de produ&ccedil;&atilde;o das Ci&ecirc;ncias.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  As ideias n&atilde;o s&atilde;o est&aacute;ticas no tempo &ndash; como as pessoas e povos, t&ecirc;m uma hist&oacute;ria &ndash;, formam mem&oacute;rias coletivas tanto para o seu grupo de refer&ecirc;ncia quanto para a sociedade em geral, &ldquo;em uma rela&ccedil;&atilde;o de sele&ccedil;&atilde;o e reconstru&ccedil;&atilde;o cont&iacute;nua&rdquo; (JESUS, 2014, P. 6), e confluem, como uma mar&eacute;, com seus altos e baixos, at&eacute; o Brasil contempor&acirc;neo.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Em 2021, quando a nossa gest&atilde;o foi eleita, por meio de uma assembleia geral ordin&aacute;ria virtual, devido ao isolamento f&iacute;sico decorrente da pandemia da COVID-19, decidimos que realizar o XI Congresso Internacional de Diversidade Sexual, Etnicorracial - CINABETH e de G&ecirc;nero da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura &ndash; ABETH presencialmente seria uma resposta altiva, e uma forma de resist&ecirc;ncia necessariamente ousada (sen&atilde;o abusada mesmo), tanto ao isolamento social vivido cotidianamente por L&eacute;sbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo e outras pessoas discriminadas em fun&ccedil;&atilde;o de preconceito contra a sua orienta&ccedil;&atilde;o sexual, identidade de g&ecirc;nero, express&atilde;o de g&ecirc;nero e/ou conforma&ccedil;&atilde;o corporal (LGBTI+), quanto ao fundamentalismo pol&iacute;tico-religioso, ofensivas anti-g&ecirc;nero e anti-LGBTI+ promovidas pelo ent&atilde;o Governo Bolsonaro.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Por &oacute;bvio, os percal&ccedil;os institucionais da ABETH come&ccedil;aram muito antes do governo federal supracitado, remontando &agrave; oposi&ccedil;&atilde;o intelectual, c&iacute;nica ou expl&iacute;cita, &agrave; agremia&ccedil;&atilde;o dos outrora apontados como pecadores, criminosos ou doentes, simplesmente por expressarem suas orienta&ccedil;&otilde;es sexuais, vivenciarem suas identidades de g&ecirc;nero e express&otilde;es de g&ecirc;nero, e/ou nascerem com uma conforma&ccedil;&atilde;o corporal tidas como n&atilde;o hegem&ocirc;nicas.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Por&eacute;m, n&atilde;o estarei errando muito ao acrescentar que sofremos mais impasses, particularmente, desde 2017, quando a gest&atilde;o da primeira travesti, a professora Luma Nogueira de Andrade, iniciou-se no contexto do impeachment sem comprova&ccedil;&atilde;o de crimes, um golpe branco contra a presidenta Dilma Rousseff (ANDRADE, 2021), passando pela gest&atilde;o da primeira l&eacute;sbica, a professora Bruna Andrade Irineu, eleita em 2018, que teve de lidar com os momentos mais cr&iacute;ticos da pandemia de COVID-19 e do Governo Bolsonaro, obrigando que seu mandato fosse estendido, o que ocorreu tamb&eacute;m com o meu.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Note: foram tr&ecirc;s gest&otilde;es femininas seguidas, contando com a minha, que frente a revezes pol&iacute;ticos e sanit&aacute;rios resistiram e foram bem-sucedidas em cumprir a miss&atilde;o da ABETH de formar redes e ampliar saberes. A de Luma foi pioneira ao inserir os temas da interseccionalidade e das rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais, al&eacute;m de criar o pr&ecirc;mio ABETH de disserta&ccedil;&otilde;es e teses, e a REBEH, revista acad&ecirc;mica da associa&ccedil;&atilde;o, que devido ao trabalho incessante de Bruna, que expandiu vertiginosamente&nbsp;nosso impacto acad&ecirc;mico e pol&iacute;tico, e possibilitou a REBEH alcan&ccedil;ar a avalia&ccedil;&atilde;o A2 da CAPES em minha gest&atilde;o. A gest&atilde;o de Bruna encontrou nos recursos de comunica&ccedil;&atilde;o a dist&acirc;ncia uma alternativa para o isolamento, a qual possibilitou que no congresso de 2021 pud&eacute;ssemos afirmar, sem nos expormos &agrave; COVID-19 e inclusive analisando os impactos dela sobre a popula&ccedil;&atilde;o LGBTI+ (ANDRADE IRINEU &amp; GOMES DE JESUS, 2023), que temas como vida e fam&iacute;lia n&atilde;o s&atilde;o exclusivos da extrema direita, mas tamb&eacute;m pautas e objetos de estudo urgentes para n&oacute;s que questionamos a heteronormatividade e a cisnormatividade e vivenciamos dissid&ecirc;ncias sexuais e de g&ecirc;nero.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Ainda durante a elei&ccedil;&atilde;o da minha diretoria havia d&uacute;vidas e medos, os quais eram explicitados, quanto &agrave; possibilidade de podermos nos encontrar no mundo f&iacute;sico em 2023. Compreendemos que ter&iacute;amos mais ganhos do que perdas ao reduzir o controle pan&oacute;ptico digital (HAN, 2021), mesmo que isso significasse que os congressistas n&atilde;o poderiam acompanhar as discuss&otilde;es s&oacute; virtualmente.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &Eacute; claro que uma associa&ccedil;&atilde;o &eacute; criada com vistas &agrave; visibilidade mais ampla poss&iacute;vel, entretanto n&atilde;o nos interessa, enquanto pessoas pesquisadoras LGBTI+ e aliadas, sermos apenas vistas, mas sobretudo nos vermos. N&atilde;o nos interessa termos atribu&iacute;das a n&oacute;s identifica&ccedil;&otilde;es estereotipadas, como ocorre tradicionalmente, quando somos objetificadas, mas nos construirmos coletivamente como intelectuais, dentro e fora da academia, inclusive nas ruas. N&atilde;o h&aacute; unidirecionalidade nesse fluxo, mas dial&eacute;tica: a sociedade civil mobiliza os estudos cient&iacute;ficos, os quais &ndash; nem sempre em sintonia &ndash; impactam o movimento social (COLLING, 2018), e disso irrompem outras teorias e pr&aacute;ticas.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  A escolha do tema &ldquo;Ci&ecirc;ncia e Arte do Encontro: o Rio de Bra&ccedil;os Abertos&rdquo; foi uma consequ&ecirc;ncia &ldquo;natural&rdquo; da concep&ccedil;&atilde;o presencial do Congresso, aliada &agrave; sua realiza&ccedil;&atilde;o na cidade do Rio de Janeiro. O encontro precisava ser cara a cara, com a possibilidade de vermos e/ou tocarmos nossos corpos inteiros, n&atilde;o apenas do tronco para cima e dentro do ret&acirc;ngulo de uma tela. Aproveitar a refer&ecirc;ncia ao Cristo Redentor, um s&iacute;mbolo nacional, foi ao mesmo tempo um reconhecimento de nossa brasilidade quanto uma forma de apontar para nossos detratores que se os bra&ccedil;os est&atilde;o abertos para todos, n&atilde;o cabe sermos apartados deles. Nossa &acirc;ncora estava, portanto, lan&ccedil;ada na Ba&iacute;a de Guanabara.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  N&atilde;o foi f&aacute;cil a navega&ccedil;&atilde;o. As quest&otilde;es conjunturais e organizacionais trouxeram enormes dificuldades para o nosso mandato, por&eacute;m vencemos os&nbsp;desafios, entre eles o de finalmente transicionar a pr&oacute;pria associa&ccedil;&atilde;o, ap&oacute;s 22 anos de sua funda&ccedil;&atilde;o, enfrentando muita burocracia, custos financeiros, f&iacute;sicos e psicol&oacute;gicos, formando grupos de trabalho, construindo coletivamente e votando em assembleias extraordin&aacute;rias, sob a presid&ecirc;ncia de uma mulher trans/travesti (esta que&nbsp;vos escreve), primeira pessoa negra a ocupar tal cargo na maior associa&ccedil;&atilde;o acad&ecirc;mica do tipo em toda a Am&eacute;rica Latina, que abrange quase todas as &aacute;reas do conhecimento cient&iacute;fico e art&iacute;stico.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Este livro &eacute; uma culmin&acirc;ncia de toda essa trajet&oacute;ria de desencontros e encontros, de opress&atilde;o e resist&ecirc;ncia, e do esfor&ccedil;o monumental em organizar um evento internacional envolvendo milhares de pessoas, com pouqu&iacute;ssimos recursos, a partir de uma generosa emenda do saudoso deputado David Miranda (homenageado in memoriam na Cerim&ocirc;nia de Abertura, com a apresenta&ccedil;&atilde;o do solo &ldquo;O homem no Congresso Nacional&rdquo;, trecho da pe&ccedil;a de teatro &ldquo;3 Maneiras de Tocar no Assunto&rdquo;, escrita e protagonizada pelo ator Leonardo Netto, e a honrosa presen&ccedil;a do vi&uacute;vo Glenn Greenwald e seus filhos), gerida inicialmente pelo Minist&eacute;rio da Mulher, da Fam&iacute;lia e dos Direitos Humanos do Governo Bolsonaro, e sendo recepcionada pelo Minist&eacute;rio dos Direitos Humanos e da Cidadania do Governo Lula, cujo apoio agradecemos. Com esse recurso, aprovado na forma do Termo de Fomento 936776/2022, pudemos realizar, na forma de uma pol&iacute;tica afirmativa, a forma&ccedil;&atilde;o presencial dos monitores em organiza&ccedil;&atilde;o e monitoria de eventos, certificada pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro &ndash; IFRJ Campus Belford Roxo, e com aux&iacute;lio financeiro e isen&ccedil;&atilde;o de taxa desstes no CINABETH.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  As centenas de resumos e textos completos de alto n&iacute;vel aqui publicados, entre produ&ccedil;&otilde;es te&oacute;ricas, pesquisas emp&iacute;ricas, relatos de experi&ecirc;ncia e pr&aacute;ticas profissionais, decorrem de 28 Simp&oacute;sios Tem&aacute;ticos, n&uacute;mero recorde de todas as edi&ccedil;&otilde;es do congresso, a saber:<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &bull; ST 01 - A RESPONSABILIDADE SOCIAL COM AS DIVERSIDADES NO DESENVOLVIMENTO SUSTENT&Aacute;VEL;<br />\r\n
                  &bull; ST 02 - DI&Aacute;LOGOS E DISPUTAS LGBTI+ NA POL&Iacute;TICA INSTITUCIONAL;<br />\r\n
                  &bull; ST 03 - DISSID&Ecirc;NCIAS DAS SEXUALIDADES E DE G&Ecirc;NERO E INIQUIDADES EM SA&Uacute;DE: VIOL&Ecirc;NCIAS E SA&Uacute;DE MENTAL DE LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 04 - DIVERSIDADE SEXUAL, &Eacute;TNICORRACIAL E DE G&Ecirc;NERO EM ESPA&Ccedil;OS DE PRODU&Ccedil;&Atilde;O DE CONHECIMENTO: UM DEBATE SOBRE EPISTEMIC&Iacute;DIO ACAD&Ecirc;MICO;<br />\r\n
                  &bull; ST 05 - EDUCA&Ccedil;&Atilde;O SEXUAL E PARA RELA&Ccedil;&Otilde;ES DE G&Ecirc;NERO, IDENTIDADE DE G&Ecirc;NERO E SEXUALIDADES NAS ESCOLAS: PAUTANDO INF&Acirc;NCIAS, ADOLESC&Ecirc;NCIAS E JUVENTUDES DE IDENTIDADES DISCIDENTES NO ENFOQUE DA EDUCA&Ccedil;&Atilde;O EM DIREITOS;<br />\r\n
                  &bull; ST 06 - EMPREGABILIDADE LGBTQIA+: O DIREITO HUMANO AO TRABALHO E A RENDA;<br />\r\n
                  &bull;&nbsp;ST 07 - ENCRUZAS NEGRAS, IND&Iacute;GENAS, AFROIND&Iacute;GENAS E AFROAMAZ&Ocirc;NIDAS: RA&Ccedil;A, G&Ecirc;NERO E SEXUALIDADE EM AM&Eacute;FRICA LADINA/ABY AYALA/PINDORAMA;<br />\r\n
                  &bull; ST 08 - EPISTEMOLOGIAS DECOLONIAIS, INTERSECCIONALIDADE E TRANSFEMINISMOS: RA&Ccedil;A, G&Ecirc;NERO, CLASSE, TERRIT&Oacute;RIO E MARCADORES SOCIAIS DA DIFEREN&Ccedil;A;<br />\r\n
                  &bull; ST 09 - ESTRANHAS/ES/OS NO NINHO;<br />\r\n
                  &bull; ST 10 - INFORMA&Ccedil;&Atilde;O, TECNOLOGIA E G&Ecirc;NEROS EM CONTEXTO LGBTQIA+;<br />\r\n
                  &bull; ST 11 - FABULA&Ccedil;&Otilde;ES CURRICULARES DE G&Ecirc;NEROS, SEXUALIDADES E RA&Ccedil;A;<br />\r\n
                  &bull; ST 12 - FAZENDO (O) DIREITO: A SUBVERS&Atilde;O E RESSIGNIFICA&Ccedil;&Atilde;O DAS NORMAS JUR&Iacute;DICO-POSITIVAS E DO DIREITO EM PROL DE UMA CIDADANIA IGUALIT&Aacute;RIA;<br />\r\n
                  &bull; ST 13 - G&Ecirc;NERO E DIVERSIDADE SEXUAL NA EDUCA&Ccedil;&Atilde;O: INSURG&Ecirc;NCIAS EM TEMPOS DE (RE)ESPERAN&Ccedil;AR;<br />\r\n
                  &bull; ST 14 - G&Ecirc;NERO, SEXO E RA&Ccedil;A: ENTRE A DISCURSIVIDADE E A MATERIALIDADE;<br />\r\n
                  &bull; ST 15 - GERA&Ccedil;&Atilde;O: INF&Acirc;NCIAS, JUVENTUDES E VELHICES LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 16 - HOMOSSEXUALIDADE E IGREJA;<br />\r\n
                  &bull; ST 17 - INTERSECCIONALIDADES EM BRASIL(IS) E &Aacute;FRICA(S) NA DECOLONIALIDADE DOS CORPOS, ESPORTES E EDUCA&Ccedil;&Atilde;O F&Iacute;SICA: G&Ecirc;NERO, RA&Ccedil;A/ETNIA, SEXUALIDADES E +;<br />\r\n
                  &bull; ST 18 - LESBIANIDADES E RESIST&Ecirc;NCIAS SAPAT&Ocirc;NICAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 19 - LINGUAGEM N&Atilde;O-BIN&Aacute;RIA EM DEBATE;<br />\r\n
                  &bull; ST 20 - LITERATURA TRANSMASCULINA BRASILEIRA E OS ESTUDOS TRANS;<br />\r\n
                  &bull; ST 21 - O PACTO NARC&Iacute;SICO DA CISGENERIDADE: REFLEX&Otilde;ES SOBRE A OUTRIDADE E A OFENSA DA NOMEA&Ccedil;&Atilde;O;<br />\r\n
                  &bull; ST 22 - PLURALIDADES TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: CORPORALIDADES VIBR&Aacute;TEIS;<br />\r\n
                  &bull; ST 23 - QUE CORPOS PODEM OCUPAR AS CI&Ecirc;NCIAS DITAS EXATAS?;<br />\r\n
                  &bull; ST 24 - RELA&Ccedil;&Otilde;ES DE G&Ecirc;NERO E DIVIS&Atilde;O SEXUAL DO TRABALHO: QUEST&Otilde;ES CONTEMPOR&Acirc;NEAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 25 - RESIST&Ecirc;NCIAS LGBTQIAPN+, INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E POL&Iacute;TICAS P&Uacute;BLICAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 26 - SENTIDOS DO TRABALHO E POL&Iacute;TICAS DE EMPREGABILIDADE PARA PESSOAS LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 27 - TEORIAS, TEOLOGIAS E PR&Aacute;TICAS INCLUSIVAS; e&nbsp;<br />\r\n
                  &bull; ST 28 - TRANSFEMINISMOS: TEORIAS E PR&Aacute;TICAS PARA AL&Eacute;M DAS FEMINILIDADES<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Em nome de toda a Comiss&atilde;o Organizadora e da Comiss&atilde;o Cient&iacute;fica afirmo-lhe que esta ser&aacute; uma leitura apraz&iacute;vel e proveitosa, por meio da qual voc&ecirc;, mesmo n&atilde;o tendo podido estar conosco no Rio de Janeiro em 21 de novembro de 2023, na atividade pr&eacute;-congresso, o Esquenta CINABETH, e nem de 22 a 25 de novembro de 2023, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro &ndash; UERJ (a cujos gestores, trabalhadores e parceiros agradecemos a acolhida, mesmo que com percal&ccedil;os), poder&aacute; se encontrar conosco, com nossas ideias, afetos, conhecimentos e experi&ecirc;ncias no campo acad&ecirc;mico, art&iacute;stico e pol&iacute;tico. Tor&ccedil;o para que voc&ecirc; n&atilde;o apenas guarde nossas ideias contigo, mas que as multiplique, espalhe, para que a nossa coletividade seja, sobretudo, uma comunidade de destino, que abra&ccedil;a. Qui&ccedil;&aacute; alcan&ccedil;aremos novos mares, navegando pelas antigas mar&eacute;s.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Muito obrigada. Ax&eacute; e At&eacute;.
                  """
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                  Jaqueline Gomes de Jesus<br />\r\n
                  Alexandre Silva Bortolini de Castro<br />\r\n
                  Bruna Andrade Irineu<br />\r\n
                  C&eacute;u Silva Cavalcanti<br />\r\n
                  Dodi Tavares Borges Leal<br />\r\n
                  F&aacute;tima Lima<br />\r\n
                  Ivanildo Amaro de Araujo<br />\r\n
                  Joyce Alves da Silva<br />\r\n
                  Leonardo Morjan Britto Pe&ccedil;anha<br />\r\n
                  Marco Jos&eacute; de Oliveira Duarte<br />\r\n
                  Mariah Rafaela Cordeiro Gonzaga da Silva<br />\r\n
                  Rodrigo Borba<br />\r\n
                  Sara Wagner York/Sara Wagner Pimenta Gon&ccedil;alves J&uacute;nior<br />\r\n
                  Thiago Ranniery<br />\r\n
                  Thiago Barcelos Soliva
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                  Jaqueline Gomes de Jesus&nbsp; (IFRJ)<br />\r\n
                  Rodrigo Borba(UFRJ)<br />\r\n
                  Leonardo Morjan Britto Pe&ccedil;anha (Fiocruz)<br />\r\n
                  Thiago Ranniery&nbsp;(UFRJ)<br />\r\n
                  Sara Wagner York / Sara Wagner Pimenta Gon&ccedil;alves Junior (UERJ)<br />\r\n
                  Bruna Andrade Irineu (UFMT)<br />\r\n
                  Marco Jos&eacute; Duarte (UFJF)<br />\r\n
                  F&aacute;tima Lima&nbsp; (UFRJ)<br />\r\n
                  Alexandre Bortolini (UFRJ)<br />\r\n
                  Mariah Rafaela Silva (UFRJ)<br />\r\n
                  Dodi Tavares Borges Leal (UFSB)<br />\r\n
                  Joyce Alves da Silva (UFRRJ)<br />\r\n
                  Thiago Soliva (UFSB)<br />\r\n
                  Ivan Amaro (FEBEF)/ (UERJ)<br />\r\n
                  C&eacute;u Silva Cavalcanti (UFRJ)<br />\r\n
                  Berenice Bento Universidade de Bras&iacute;lia (UnB)<br />\r\n
                  Luma Nogueira Andrade (UNILAB)<br />\r\n
                  Guilherme Almeida (UFRJ)<br />\r\n
                  Mois&eacute;s Lopes&nbsp; (UFMT)<br />\r\n
                  Larissa Pel&uacute;cio (UNESP)<br />\r\n
                  Suely Messeder (UNEB)<br />\r\n
                  Benjamim Braga (UFMT)<br />\r\n
                  Monica Malta (USP)<br />\r\n
                  Megg Rayara Oliveira (UFPR)<br />\r\n
                  Silvia Agui&atilde;o (CEBRAP)<br />\r\n
                  Jos&eacute; Dami&atilde;o Rocha (UFT)<br />\r\n
                  Ang&eacute;lica Baptista Silva (Fiocruz)<br />\r\n
                  Pablo Cardozo Rocon (UFMT)<br />\r\n
                  Marcos Aur&eacute;lio Silva (UFMT)<br />\r\n
                  Leandro Colling&nbsp; (UFBA)<br />\r\n
                  Guilherme Passamani&nbsp; (UFMS)<br />\r\n
                  Anderson Ferrari&nbsp; (UFJF)<br />\r\n
                  Renan Quinalha (UNIFESP)<br />\r\n
                  Anah&iacute; Guedes (UFSC)<br />\r\n
                  M&aacute;rcio Caetano&nbsp; (FURG)<br />\r\n
                  Simone Brand&atilde;o Souza (UFRB)<br />\r\n
                  Luan Cassal (The University of Manchester)<br />\r\n
                  Jos&eacute; Baptista de Mello Neto (UFPB)<br />\r\n
                  Roberta Cassiano (IFRJ)<br />\r\n
                  Jorge Ca&ecirc; Rodrigues (IFRJ)<br />\r\n
                  Renan Quinalha (UNESP)<br />\r\n
                  Alexsandro Rodrigues (UFES)<br />\r\n
                  V&eacute;rcio Gon&ccedil;alves Concei&ccedil;&atilde;o (UFOP)<br />\r\n
                  Valden&iacute;zia Peixoto (UnB)<br />\r\n
                  Am&eacute;lia Maraux (UNEB)<br />\r\n
                  Cl&aacute;udia Pons Cardoso (UNEB)<br />\r\n
                  Janja Ara&uacute;jo (UFBA)<br />\r\n
                  Eleta de Carvalho Freire (UFPE)<br />\r\n
                  Geny Ferreira Guimar&atilde;es (UFRRJ)<br />\r\n
                  Denilson Lopes&nbsp; (UFRJ)
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                  A ARTE DO ENCONTRO COMO RESIST&Ecirc;NCIA INTELECTUAL<br />\r\n
                  Jaqueline Gomes de Jesus<br />\r\n
                  &quot;A vida &eacute; a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida&rdquo;. Samba da ben&ccedil;&atilde;o, de Vin&iacute;cius de Moraes. &ldquo;<br />\r\n
                  - Natural &eacute; as pessoas se encontrarem e se perderem. - Natural &eacute; encontrar. Natural &eacute; perder. - Linhas paralelas se encontram no infinito. - O infinito n&atilde;o acaba. O infinito &eacute; nunca. - Ou sempre&rdquo;. O dia que J&uacute;piter encontrou Saturno, de Caio Fernando Abreu.<br />\r\n
                  &ldquo;Os bons amigos sempre se encontram&rdquo;. O Beb&ecirc; de Tarlatana Rosa, de Jo&atilde;o do Rio<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Jo&atilde;o Paulo Em&iacute;lio Crist&oacute;v&atilde;o dos Santos Coelho Barreto, cujo nome social era Jo&atilde;o do Rio, cronista da vida urbana no Rio de Janeiro do come&ccedil;o do s&eacute;culo XX, jornalista e escritor popular e reconhecido pela cr&iacute;tica, membro mais jovem a ter sido eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1910, aos 28 anos, um homem negro e gordo, era particularmente perseguido por uma parcela da elite intelectual de sua &eacute;poca por tamb&eacute;m ser homossexual (CASTRO, 2019). Tentou ser diplomata, por&eacute;m seu ingresso no Itamaraty foi barrado pelo Bar&atilde;o do Rio Branco, em 1902, sob o &ldquo;argumento&rdquo; de que a diplomacia brasileira&nbsp;n&atilde;o poderia ser representada por um homem &ldquo;gordo, amulatado e homossexual&rdquo; (CAIXETA, 2021).<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Certamente surpreender&aacute; a um n&uacute;mero significativo de leitores dos nossos tempos (especialmente os acostumados a aplicarem termos como &ldquo;comunidade&rdquo; a qualquer conjunto de pessoas oriundas do mesmo grupo social historicamente discriminado, e esperarem identifica&ccedil;&atilde;o imediata entre esses indiv&iacute;duos) descobrirem que ele era atacado sistematicamente, com o uso de termos extremamente virulentos, at&eacute; mesmo por autores gordos, como Em&iacute;lio de Menezes, que ap&oacute;s a elei&ccedil;&atilde;o daquele para a Academia, espalhou pelo Rio este poema:<br />\r\n
                  Na previs&atilde;o dos pr&oacute;ximos calores A Academia, que idolatra o frio N&atilde;o podendo comprar ventiladores Abriu as portas para o Jo&atilde;o do Rio<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  E Ant&ocirc;nio Torres, para quem Jo&atilde;o do Rio tinha &ldquo;bei&ccedil;orra eti&oacute;pica&rdquo;, era &ldquo;homem-torpeza que trouxe para o mundo todas as ancestralidades f&eacute;tidas dos excrementos falsificados&rdquo;, &ldquo;invertido&rdquo; e &ldquo;pederasta passivo&rdquo;. Torres tentou espalhar pela cidade um apelido para Jo&atilde;o do Rio: &ldquo;Madame Bicicleta&rdquo;, porque &ldquo;todo mundo montava nele&rdquo;.<br />\r\n
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                  Autores negros, como o pr&oacute;prio Torres, e Lima Barreto, igualmente, n&atilde;o se isentaram de atacar Jo&atilde;o do Rio, em fun&ccedil;&atilde;o do que atualmente conseguimos reconhecer como homofobia. Barreto afirmou que se &ldquo;recusava a dizer-se literato &mdash; porque Jo&atilde;o do Rio o &eacute;&rdquo; e criou o personagem Raul de Gusm&atilde;o, em Recorda&ccedil;&otilde;es do Escriv&atilde;o Isa&iacute;as Caminha, como um homossexual inspirado em Jo&atilde;o do Rio, a quem se referiu como &ldquo;misto de su&iacute;no e s&iacute;mio&rdquo;.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  D&eacute;cadas depois, uma pesquisa de amostragem nacional (Instituto Paulista de Pesquisas de Mercado, 1983), cuja coleta de dados ocorreu em 1980, envolvendo 3.054 respondentes em capitais e grandes cidades, identificou que 57,1% dos entrevistados da cidade do Rio de Janeiro rejeitavam o que ent&atilde;o se denominava de &ldquo;problema do homossexualismo&rdquo; (SIC), ao passo que apenas 8,7% consideravam normal ser homossexual. Era praticamente inexpressivo o n&uacute;mero de respondentes que expressaram o desejo de ter um relacionamento sexual com pessoas negras, e a quase totalidade criticava a troca de casais, pr&aacute;tica que, entretanto, era conhecida por 60% dos entrevistados.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  De forma alguma a vida intelectual est&aacute; dissociada da cultura que lhe possibilitou existir. Desse modo, a academia, por mais que busque observar a sociedade, tem nela ra&iacute;zes profundas, tanto naquilo que h&aacute; de mais progressivo quanto de&nbsp;retr&oacute;grado. Cabe-nos ter consci&ecirc;ncia disso para n&atilde;o reproduzirmos formas alienadas de produ&ccedil;&atilde;o das Ci&ecirc;ncias.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  As ideias n&atilde;o s&atilde;o est&aacute;ticas no tempo &ndash; como as pessoas e povos, t&ecirc;m uma hist&oacute;ria &ndash;, formam mem&oacute;rias coletivas tanto para o seu grupo de refer&ecirc;ncia quanto para a sociedade em geral, &ldquo;em uma rela&ccedil;&atilde;o de sele&ccedil;&atilde;o e reconstru&ccedil;&atilde;o cont&iacute;nua&rdquo; (JESUS, 2014, P. 6), e confluem, como uma mar&eacute;, com seus altos e baixos, at&eacute; o Brasil contempor&acirc;neo.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Em 2021, quando a nossa gest&atilde;o foi eleita, por meio de uma assembleia geral ordin&aacute;ria virtual, devido ao isolamento f&iacute;sico decorrente da pandemia da COVID-19, decidimos que realizar o XI Congresso Internacional de Diversidade Sexual, Etnicorracial - CINABETH e de G&ecirc;nero da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura &ndash; ABETH presencialmente seria uma resposta altiva, e uma forma de resist&ecirc;ncia necessariamente ousada (sen&atilde;o abusada mesmo), tanto ao isolamento social vivido cotidianamente por L&eacute;sbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexo e outras pessoas discriminadas em fun&ccedil;&atilde;o de preconceito contra a sua orienta&ccedil;&atilde;o sexual, identidade de g&ecirc;nero, express&atilde;o de g&ecirc;nero e/ou conforma&ccedil;&atilde;o corporal (LGBTI+), quanto ao fundamentalismo pol&iacute;tico-religioso, ofensivas anti-g&ecirc;nero e anti-LGBTI+ promovidas pelo ent&atilde;o Governo Bolsonaro.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Por &oacute;bvio, os percal&ccedil;os institucionais da ABETH come&ccedil;aram muito antes do governo federal supracitado, remontando &agrave; oposi&ccedil;&atilde;o intelectual, c&iacute;nica ou expl&iacute;cita, &agrave; agremia&ccedil;&atilde;o dos outrora apontados como pecadores, criminosos ou doentes, simplesmente por expressarem suas orienta&ccedil;&otilde;es sexuais, vivenciarem suas identidades de g&ecirc;nero e express&otilde;es de g&ecirc;nero, e/ou nascerem com uma conforma&ccedil;&atilde;o corporal tidas como n&atilde;o hegem&ocirc;nicas.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Por&eacute;m, n&atilde;o estarei errando muito ao acrescentar que sofremos mais impasses, particularmente, desde 2017, quando a gest&atilde;o da primeira travesti, a professora Luma Nogueira de Andrade, iniciou-se no contexto do impeachment sem comprova&ccedil;&atilde;o de crimes, um golpe branco contra a presidenta Dilma Rousseff (ANDRADE, 2021), passando pela gest&atilde;o da primeira l&eacute;sbica, a professora Bruna Andrade Irineu, eleita em 2018, que teve de lidar com os momentos mais cr&iacute;ticos da pandemia de COVID-19 e do Governo Bolsonaro, obrigando que seu mandato fosse estendido, o que ocorreu tamb&eacute;m com o meu.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Note: foram tr&ecirc;s gest&otilde;es femininas seguidas, contando com a minha, que frente a revezes pol&iacute;ticos e sanit&aacute;rios resistiram e foram bem-sucedidas em cumprir a miss&atilde;o da ABETH de formar redes e ampliar saberes. A de Luma foi pioneira ao inserir os temas da interseccionalidade e das rela&ccedil;&otilde;es &eacute;tnico-raciais, al&eacute;m de criar o pr&ecirc;mio ABETH de disserta&ccedil;&otilde;es e teses, e a REBEH, revista acad&ecirc;mica da associa&ccedil;&atilde;o, que devido ao trabalho incessante de Bruna, que expandiu vertiginosamente&nbsp;nosso impacto acad&ecirc;mico e pol&iacute;tico, e possibilitou a REBEH alcan&ccedil;ar a avalia&ccedil;&atilde;o A2 da CAPES em minha gest&atilde;o. A gest&atilde;o de Bruna encontrou nos recursos de comunica&ccedil;&atilde;o a dist&acirc;ncia uma alternativa para o isolamento, a qual possibilitou que no congresso de 2021 pud&eacute;ssemos afirmar, sem nos expormos &agrave; COVID-19 e inclusive analisando os impactos dela sobre a popula&ccedil;&atilde;o LGBTI+ (ANDRADE IRINEU &amp; GOMES DE JESUS, 2023), que temas como vida e fam&iacute;lia n&atilde;o s&atilde;o exclusivos da extrema direita, mas tamb&eacute;m pautas e objetos de estudo urgentes para n&oacute;s que questionamos a heteronormatividade e a cisnormatividade e vivenciamos dissid&ecirc;ncias sexuais e de g&ecirc;nero.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Ainda durante a elei&ccedil;&atilde;o da minha diretoria havia d&uacute;vidas e medos, os quais eram explicitados, quanto &agrave; possibilidade de podermos nos encontrar no mundo f&iacute;sico em 2023. Compreendemos que ter&iacute;amos mais ganhos do que perdas ao reduzir o controle pan&oacute;ptico digital (HAN, 2021), mesmo que isso significasse que os congressistas n&atilde;o poderiam acompanhar as discuss&otilde;es s&oacute; virtualmente.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &Eacute; claro que uma associa&ccedil;&atilde;o &eacute; criada com vistas &agrave; visibilidade mais ampla poss&iacute;vel, entretanto n&atilde;o nos interessa, enquanto pessoas pesquisadoras LGBTI+ e aliadas, sermos apenas vistas, mas sobretudo nos vermos. N&atilde;o nos interessa termos atribu&iacute;das a n&oacute;s identifica&ccedil;&otilde;es estereotipadas, como ocorre tradicionalmente, quando somos objetificadas, mas nos construirmos coletivamente como intelectuais, dentro e fora da academia, inclusive nas ruas. N&atilde;o h&aacute; unidirecionalidade nesse fluxo, mas dial&eacute;tica: a sociedade civil mobiliza os estudos cient&iacute;ficos, os quais &ndash; nem sempre em sintonia &ndash; impactam o movimento social (COLLING, 2018), e disso irrompem outras teorias e pr&aacute;ticas.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  A escolha do tema &ldquo;Ci&ecirc;ncia e Arte do Encontro: o Rio de Bra&ccedil;os Abertos&rdquo; foi uma consequ&ecirc;ncia &ldquo;natural&rdquo; da concep&ccedil;&atilde;o presencial do Congresso, aliada &agrave; sua realiza&ccedil;&atilde;o na cidade do Rio de Janeiro. O encontro precisava ser cara a cara, com a possibilidade de vermos e/ou tocarmos nossos corpos inteiros, n&atilde;o apenas do tronco para cima e dentro do ret&acirc;ngulo de uma tela. Aproveitar a refer&ecirc;ncia ao Cristo Redentor, um s&iacute;mbolo nacional, foi ao mesmo tempo um reconhecimento de nossa brasilidade quanto uma forma de apontar para nossos detratores que se os bra&ccedil;os est&atilde;o abertos para todos, n&atilde;o cabe sermos apartados deles. Nossa &acirc;ncora estava, portanto, lan&ccedil;ada na Ba&iacute;a de Guanabara.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  N&atilde;o foi f&aacute;cil a navega&ccedil;&atilde;o. As quest&otilde;es conjunturais e organizacionais trouxeram enormes dificuldades para o nosso mandato, por&eacute;m vencemos os&nbsp;desafios, entre eles o de finalmente transicionar a pr&oacute;pria associa&ccedil;&atilde;o, ap&oacute;s 22 anos de sua funda&ccedil;&atilde;o, enfrentando muita burocracia, custos financeiros, f&iacute;sicos e psicol&oacute;gicos, formando grupos de trabalho, construindo coletivamente e votando em assembleias extraordin&aacute;rias, sob a presid&ecirc;ncia de uma mulher trans/travesti (esta que&nbsp;vos escreve), primeira pessoa negra a ocupar tal cargo na maior associa&ccedil;&atilde;o acad&ecirc;mica do tipo em toda a Am&eacute;rica Latina, que abrange quase todas as &aacute;reas do conhecimento cient&iacute;fico e art&iacute;stico.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Este livro &eacute; uma culmin&acirc;ncia de toda essa trajet&oacute;ria de desencontros e encontros, de opress&atilde;o e resist&ecirc;ncia, e do esfor&ccedil;o monumental em organizar um evento internacional envolvendo milhares de pessoas, com pouqu&iacute;ssimos recursos, a partir de uma generosa emenda do saudoso deputado David Miranda (homenageado in memoriam na Cerim&ocirc;nia de Abertura, com a apresenta&ccedil;&atilde;o do solo &ldquo;O homem no Congresso Nacional&rdquo;, trecho da pe&ccedil;a de teatro &ldquo;3 Maneiras de Tocar no Assunto&rdquo;, escrita e protagonizada pelo ator Leonardo Netto, e a honrosa presen&ccedil;a do vi&uacute;vo Glenn Greenwald e seus filhos), gerida inicialmente pelo Minist&eacute;rio da Mulher, da Fam&iacute;lia e dos Direitos Humanos do Governo Bolsonaro, e sendo recepcionada pelo Minist&eacute;rio dos Direitos Humanos e da Cidadania do Governo Lula, cujo apoio agradecemos. Com esse recurso, aprovado na forma do Termo de Fomento 936776/2022, pudemos realizar, na forma de uma pol&iacute;tica afirmativa, a forma&ccedil;&atilde;o presencial dos monitores em organiza&ccedil;&atilde;o e monitoria de eventos, certificada pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro &ndash; IFRJ Campus Belford Roxo, e com aux&iacute;lio financeiro e isen&ccedil;&atilde;o de taxa desstes no CINABETH.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  As centenas de resumos e textos completos de alto n&iacute;vel aqui publicados, entre produ&ccedil;&otilde;es te&oacute;ricas, pesquisas emp&iacute;ricas, relatos de experi&ecirc;ncia e pr&aacute;ticas profissionais, decorrem de 28 Simp&oacute;sios Tem&aacute;ticos, n&uacute;mero recorde de todas as edi&ccedil;&otilde;es do congresso, a saber:<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  &bull; ST 01 - A RESPONSABILIDADE SOCIAL COM AS DIVERSIDADES NO DESENVOLVIMENTO SUSTENT&Aacute;VEL;<br />\r\n
                  &bull; ST 02 - DI&Aacute;LOGOS E DISPUTAS LGBTI+ NA POL&Iacute;TICA INSTITUCIONAL;<br />\r\n
                  &bull; ST 03 - DISSID&Ecirc;NCIAS DAS SEXUALIDADES E DE G&Ecirc;NERO E INIQUIDADES EM SA&Uacute;DE: VIOL&Ecirc;NCIAS E SA&Uacute;DE MENTAL DE LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 04 - DIVERSIDADE SEXUAL, &Eacute;TNICORRACIAL E DE G&Ecirc;NERO EM ESPA&Ccedil;OS DE PRODU&Ccedil;&Atilde;O DE CONHECIMENTO: UM DEBATE SOBRE EPISTEMIC&Iacute;DIO ACAD&Ecirc;MICO;<br />\r\n
                  &bull; ST 05 - EDUCA&Ccedil;&Atilde;O SEXUAL E PARA RELA&Ccedil;&Otilde;ES DE G&Ecirc;NERO, IDENTIDADE DE G&Ecirc;NERO E SEXUALIDADES NAS ESCOLAS: PAUTANDO INF&Acirc;NCIAS, ADOLESC&Ecirc;NCIAS E JUVENTUDES DE IDENTIDADES DISCIDENTES NO ENFOQUE DA EDUCA&Ccedil;&Atilde;O EM DIREITOS;<br />\r\n
                  &bull; ST 06 - EMPREGABILIDADE LGBTQIA+: O DIREITO HUMANO AO TRABALHO E A RENDA;<br />\r\n
                  &bull;&nbsp;ST 07 - ENCRUZAS NEGRAS, IND&Iacute;GENAS, AFROIND&Iacute;GENAS E AFROAMAZ&Ocirc;NIDAS: RA&Ccedil;A, G&Ecirc;NERO E SEXUALIDADE EM AM&Eacute;FRICA LADINA/ABY AYALA/PINDORAMA;<br />\r\n
                  &bull; ST 08 - EPISTEMOLOGIAS DECOLONIAIS, INTERSECCIONALIDADE E TRANSFEMINISMOS: RA&Ccedil;A, G&Ecirc;NERO, CLASSE, TERRIT&Oacute;RIO E MARCADORES SOCIAIS DA DIFEREN&Ccedil;A;<br />\r\n
                  &bull; ST 09 - ESTRANHAS/ES/OS NO NINHO;<br />\r\n
                  &bull; ST 10 - INFORMA&Ccedil;&Atilde;O, TECNOLOGIA E G&Ecirc;NEROS EM CONTEXTO LGBTQIA+;<br />\r\n
                  &bull; ST 11 - FABULA&Ccedil;&Otilde;ES CURRICULARES DE G&Ecirc;NEROS, SEXUALIDADES E RA&Ccedil;A;<br />\r\n
                  &bull; ST 12 - FAZENDO (O) DIREITO: A SUBVERS&Atilde;O E RESSIGNIFICA&Ccedil;&Atilde;O DAS NORMAS JUR&Iacute;DICO-POSITIVAS E DO DIREITO EM PROL DE UMA CIDADANIA IGUALIT&Aacute;RIA;<br />\r\n
                  &bull; ST 13 - G&Ecirc;NERO E DIVERSIDADE SEXUAL NA EDUCA&Ccedil;&Atilde;O: INSURG&Ecirc;NCIAS EM TEMPOS DE (RE)ESPERAN&Ccedil;AR;<br />\r\n
                  &bull; ST 14 - G&Ecirc;NERO, SEXO E RA&Ccedil;A: ENTRE A DISCURSIVIDADE E A MATERIALIDADE;<br />\r\n
                  &bull; ST 15 - GERA&Ccedil;&Atilde;O: INF&Acirc;NCIAS, JUVENTUDES E VELHICES LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 16 - HOMOSSEXUALIDADE E IGREJA;<br />\r\n
                  &bull; ST 17 - INTERSECCIONALIDADES EM BRASIL(IS) E &Aacute;FRICA(S) NA DECOLONIALIDADE DOS CORPOS, ESPORTES E EDUCA&Ccedil;&Atilde;O F&Iacute;SICA: G&Ecirc;NERO, RA&Ccedil;A/ETNIA, SEXUALIDADES E +;<br />\r\n
                  &bull; ST 18 - LESBIANIDADES E RESIST&Ecirc;NCIAS SAPAT&Ocirc;NICAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 19 - LINGUAGEM N&Atilde;O-BIN&Aacute;RIA EM DEBATE;<br />\r\n
                  &bull; ST 20 - LITERATURA TRANSMASCULINA BRASILEIRA E OS ESTUDOS TRANS;<br />\r\n
                  &bull; ST 21 - O PACTO NARC&Iacute;SICO DA CISGENERIDADE: REFLEX&Otilde;ES SOBRE A OUTRIDADE E A OFENSA DA NOMEA&Ccedil;&Atilde;O;<br />\r\n
                  &bull; ST 22 - PLURALIDADES TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: CORPORALIDADES VIBR&Aacute;TEIS;<br />\r\n
                  &bull; ST 23 - QUE CORPOS PODEM OCUPAR AS CI&Ecirc;NCIAS DITAS EXATAS?;<br />\r\n
                  &bull; ST 24 - RELA&Ccedil;&Otilde;ES DE G&Ecirc;NERO E DIVIS&Atilde;O SEXUAL DO TRABALHO: QUEST&Otilde;ES CONTEMPOR&Acirc;NEAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 25 - RESIST&Ecirc;NCIAS LGBTQIAPN+, INTERSECCIONALIDADE, DIREITOS HUMANOS E POL&Iacute;TICAS P&Uacute;BLICAS;<br />\r\n
                  &bull; ST 26 - SENTIDOS DO TRABALHO E POL&Iacute;TICAS DE EMPREGABILIDADE PARA PESSOAS LGBTQIAPN+;<br />\r\n
                  &bull; ST 27 - TEORIAS, TEOLOGIAS E PR&Aacute;TICAS INCLUSIVAS; e&nbsp;<br />\r\n
                  &bull; ST 28 - TRANSFEMINISMOS: TEORIAS E PR&Aacute;TICAS PARA AL&Eacute;M DAS FEMINILIDADES<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Em nome de toda a Comiss&atilde;o Organizadora e da Comiss&atilde;o Cient&iacute;fica afirmo-lhe que esta ser&aacute; uma leitura apraz&iacute;vel e proveitosa, por meio da qual voc&ecirc;, mesmo n&atilde;o tendo podido estar conosco no Rio de Janeiro em 21 de novembro de 2023, na atividade pr&eacute;-congresso, o Esquenta CINABETH, e nem de 22 a 25 de novembro de 2023, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro &ndash; UERJ (a cujos gestores, trabalhadores e parceiros agradecemos a acolhida, mesmo que com percal&ccedil;os), poder&aacute; se encontrar conosco, com nossas ideias, afetos, conhecimentos e experi&ecirc;ncias no campo acad&ecirc;mico, art&iacute;stico e pol&iacute;tico. Tor&ccedil;o para que voc&ecirc; n&atilde;o apenas guarde nossas ideias contigo, mas que as multiplique, espalhe, para que a nossa coletividade seja, sobretudo, uma comunidade de destino, que abra&ccedil;a. Qui&ccedil;&aacute; alcan&ccedil;aremos novos mares, navegando pelas antigas mar&eacute;s.<br />\r\n
                  <br />\r\n
                  Muito obrigada. Ax&eacute; e At&eacute;.
                  """
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                "organizadores" => """
                  Jaqueline Gomes de Jesus<br />\r\n
                  Alexandre Silva Bortolini de Castro<br />\r\n
                  Bruna Andrade Irineu<br />\r\n
                  C&eacute;u Silva Cavalcanti<br />\r\n
                  Dodi Tavares Borges Leal<br />\r\n
                  F&aacute;tima Lima<br />\r\n
                  Ivanildo Amaro de Araujo<br />\r\n
                  Joyce Alves da Silva<br />\r\n
                  Leonardo Morjan Britto Pe&ccedil;anha<br />\r\n
                  Marco Jos&eacute; de Oliveira Duarte<br />\r\n
                  Mariah Rafaela Cordeiro Gonzaga da Silva<br />\r\n
                  Rodrigo Borba<br />\r\n
                  Sara Wagner York/Sara Wagner Pimenta Gon&ccedil;alves J&uacute;nior<br />\r\n
                  Thiago Ranniery<br />\r\n
                  Thiago Barcelos Soliva
                  """
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                  Jaqueline Gomes de Jesus&nbsp; (IFRJ)<br />\r\n
                  Rodrigo Borba(UFRJ)<br />\r\n
                  Leonardo Morjan Britto Pe&ccedil;anha (Fiocruz)<br />\r\n
                  Thiago Ranniery&nbsp;(UFRJ)<br />\r\n
                  Sara Wagner York / Sara Wagner Pimenta Gon&ccedil;alves Junior (UERJ)<br />\r\n
                  Bruna Andrade Irineu (UFMT)<br />\r\n
                  Marco Jos&eacute; Duarte (UFJF)<br />\r\n
                  F&aacute;tima Lima&nbsp; (UFRJ)<br />\r\n
                  Alexandre Bortolini (UFRJ)<br />\r\n
                  Mariah Rafaela Silva (UFRJ)<br />\r\n
                  Dodi Tavares Borges Leal (UFSB)<br />\r\n
                  Joyce Alves da Silva (UFRRJ)<br />\r\n
                  Thiago Soliva (UFSB)<br />\r\n
                  Ivan Amaro (FEBEF)/ (UERJ)<br />\r\n
                  C&eacute;u Silva Cavalcanti (UFRJ)<br />\r\n
                  Berenice Bento Universidade de Bras&iacute;lia (UnB)<br />\r\n
                  Luma Nogueira Andrade (UNILAB)<br />\r\n
                  Guilherme Almeida (UFRJ)<br />\r\n
                  Mois&eacute;s Lopes&nbsp; (UFMT)<br />\r\n
                  Larissa Pel&uacute;cio (UNESP)<br />\r\n
                  Suely Messeder (UNEB)<br />\r\n
                  Benjamim Braga (UFMT)<br />\r\n
                  Monica Malta (USP)<br />\r\n
                  Megg Rayara Oliveira (UFPR)<br />\r\n
                  Silvia Agui&atilde;o (CEBRAP)<br />\r\n
                  Jos&eacute; Dami&atilde;o Rocha (UFT)<br />\r\n
                  Ang&eacute;lica Baptista Silva (Fiocruz)<br />\r\n
                  Pablo Cardozo Rocon (UFMT)<br />\r\n
                  Marcos Aur&eacute;lio Silva (UFMT)<br />\r\n
                  Leandro Colling&nbsp; (UFBA)<br />\r\n
                  Guilherme Passamani&nbsp; (UFMS)<br />\r\n
                  Anderson Ferrari&nbsp; (UFJF)<br />\r\n
                  Renan Quinalha (UNIFESP)<br />\r\n
                  Anah&iacute; Guedes (UFSC)<br />\r\n
                  M&aacute;rcio Caetano&nbsp; (FURG)<br />\r\n
                  Simone Brand&atilde;o Souza (UFRB)<br />\r\n
                  Luan Cassal (The University of Manchester)<br />\r\n
                  Jos&eacute; Baptista de Mello Neto (UFPB)<br />\r\n
                  Roberta Cassiano (IFRJ)<br />\r\n
                  Jorge Ca&ecirc; Rodrigues (IFRJ)<br />\r\n
                  Renan Quinalha (UNESP)<br />\r\n
                  Alexsandro Rodrigues (UFES)<br />\r\n
                  V&eacute;rcio Gon&ccedil;alves Concei&ccedil;&atilde;o (UFOP)<br />\r\n
                  Valden&iacute;zia Peixoto (UnB)<br />\r\n
                  Am&eacute;lia Maraux (UNEB)<br />\r\n
                  Cl&aacute;udia Pons Cardoso (UNEB)<br />\r\n
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                  Eleta de Carvalho Freire (UFPE)<br />\r\n
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Publicado em 22 de maio de 2024

Resumo

Narrar uma situação traumática nem sempre é um processo fácil. Muitas memórias dolorosas são deixadas no esquecimento por medo ou vergonha. Dessa forma, experiências envolvendo abusos sexuais na infância ou adolescência ficam por muitas vezes no silêncio, o que impede inclusive que a denúncia seja feita. É exatamente essa situação vivida por Una, na graphic novel autobiográfica Desconstruindo Una. Na obra, a personagem passa por abusos sexuais na infância e vive um processo de trauma causado pela culpabilização da vítima, o que a impede por anos de contar o que aconteceu. O presente artigo analisou como a memória traumática da personagem foi representada na HQ e como essa narrativa possibilitou que ela falasse sobre essa violência, apresentando o potencial dos quadrinhos para criar uma ponte de diálogo sobre o tema “cultura do estupro” e o público infanto-juvenil. Foi possível identificar, através da metodologia proposta por Luiz Motta (2013) na obra Análise Crítica da Narrativa, como as representações gráficas e a reconstrução das fases vividas pela personagem foram capazes de auxiliar nesse debate acerca do abuso infantil e dos impactos que o silenciamento das vítimas pode causar inclusive na saúde mental delas. As HQ’s possuem um potencial imagético que conseguem alcançar diversas faixas etárias e níveis de conhecimento, o que as tornam potenciais ferramentas para introduzir discussões sobre temas como assédio, estupro e violência contra mulheres.

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