A perspectiva interseccional considera as relações de poder e opressão sobrepostas entre as diversas experiências das pessoas, a partir de uma abordagem que integra as múltiplas variáveis sociais incidentes. Entende-se que esta abordagem irá contribuir para que organizações saibam conformar equipes efetivas, mais diversas e inclusivas, que podem trazer benefícios para a produtividade operacional e o desenvolvimento de capacidades, além de promover o bem-estar social. A partir de revisão bibliográfica, o artigo propõe um algoritmo, baseado nas abordagens sugeridas pela Agência de Saúde Pública do Canadá (Public Health Agency of Canada) e por Douglas Wilde, referência estadunidense no estudo de composição de equipes (Teamology). Esse divide-se em duas partes: a primeira visa categorizar as pessoas considerando suas características cognitivas conforme os tipos psicológicos de Jung. A segunda trata da avaliação sociológica da equipe escolhida pelo modelo, utilizando a ferramenta das interseccionalidades. Para tal, as categorias trabalhadas serão: nível de escolaridade (proxy de classe social), gênero e autodeclaração étnico-racial. A conformação de equipes sob a lógica da diversidade apoia os esforços de aprimoramento de responsabilidade social corporativa na construção de uma visão mais abrangente das realidades sociais de diferentes territórios. A modelagem criada acolherá hipóteses a serem testadas em estudos futuros, para visibilizar e desvelar níveis de opressão entre os profissionais dos times de tal modo que haja redução de atrito/conflito. Deste modo, o algoritmo busca promover um espaço de trabalho onde as pessoas estejam mais bem representadas, sentindo-se portanto compreendidas, pertencentes e interconectadas.