SANTOS, Leonardo Maciel Dos. . Ciência e Arte do Encontro: o Rio de Braços Abertos... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/106824>. Acesso em: 22/11/2024 19:06
Quando abordamos a produção de conhecimentos no campo da matemática, remetemo-nos a uma representação de corpo masculino, cis normativo, branco e de origem europeia ou norte-americana. Essa idealização fenotípica e geográfica é oriunda da difusão massiva, inclusive nas instituições de ensino da educação básica, do discurso enviesado que sugere que somente aqueles que correspondem a esse estereótipo possuem a capacidade inata de produzir conhecimento na área da matemática. Neste relato de experiência, buscamos examinar algumas situações que ocorreram no âmbito do projeto “Matemática pra Você” - um curso de matemática oferecido pelo IFRJ campus Duque de Caxias - que contrapõem-se a tal discurso. No período analisado, todos os participantes estavam inscritos no curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Instituição, e os estereótipos presentes nesse discurso não refletiam a diversidade de corpos e subjetividades desses indivíduos. Provocado pela necessidade de questionar a invisibilidade dos fenótipos desses participantes na história da produção de conhecimentos em matemática, e de refletir sobre por que a matemática ainda é percebida como um espaço exclusivo e excludente nos dias de hoje, o autor resgata eventos ocorridos entre abril a julho de 2023, para verificar a hipótese deste discurso ser uma forma de expressão da colonialidade sobre grupos sociais. Este processo de reflexão, fundamentado nas concepções de educadores como Fonseca, Freire, Gouveia e Viana, constitui a abordagem metodológica adotada neste estudo. A partir dos resultados obtidos, podemos concluir que, dentro do contexto analisado, a hipótese apresentada oferece uma resposta à pergunta inicial.