No Brasil, o racismo permeia as estruturas e instituições, resultando em uma realidade onde a população negra enfrenta desafios sistêmicos que afetam profundamente sua construção de identidade e percepção social. Esse cenário se reflete de maneira impactante para as mulheres negras brasileiras, que se encontram em uma posição de extrema vulnerabilidade. Elas estão inseridas em uma sociedade que frequentemente não reconhece suas experiências como centrais para sua identidade, o que prejudica o desenvolvimento de sua autoestima e autoimagem. Em resposta a essa situação, foi criada a iniciativa psicossocial em grupo denominada "Raízes de Autoestima". O objetivo era proporcionar um espaço seguro para comunicação e reflexão entre mulheres negras universitárias, com idades a partir de 18 anos, abordando temas como autoestima, autoimagem e potencialidades. Ela ocorreu na Universidade Tiradentes, situada na cidade de Aracaju/SE. Foi dividida em dois momentos distintos: o primeiro consistiu em um cinedebate baseado no filme "Felicidade por um Fio", enquanto o segundo momento envolveu uma atividade lúdica que empregou técnicas psicológicas, especificamente a abordagem do psicodrama. Como resultado, a intervenção alcançou um grupo de 5 mulheres, proporcionando um impacto significativo em suas vidas. As discussões abordaram temas como autoestima, padrões de beleza, transição capilar e o papel da mulher negra na sociedade. Um aspecto notável desse processo foi a atmosfera de "acolhimento" que permeou a intervenção. Ao perceberem que havia outras pessoas compartilhando de experiências semelhantes, as participantes iniciaram um processo de cuidado mútuo, fortalecendo as conexões sociais que eram centradas em sua herança afro.