O artigo propõe o estudo de como tem se dado a construção das personagens Clara e Helena na telenovela “Vai na fé” (2023), veiculada pela Rede Globo, entendendo que a trama perpassa noções a respeito da histeria e das lesbianidades, compondo um enredo onde há construção de identidades femininas. Inicialmente casada com Théo, Clara está em um relacionamento abusivo em que tem sua sanidade posta em jogo, visto que o esposo a manipula para que duvide de si mesma. No decorrer do folhetim é inserida a personagem Helena, lésbica, professora de Clara na academia, ambas se aproximam e iniciam um relacionamento afetivo-sexual. A articulação das questões referentes a histeria e lesbianidades diz sobre imposições estabelecidas aos corpos e subjetividades das mulheres que não cumprem o que manda o patriarcado e a heteronormatividade, os discursos reinvocam uma relação estrutural de dominação. Tendo em vista o exposto, a pesquisa observa as personagens Clara e Helena no que se refere ao estabelecimento na loucura, no caso de Clara, e as lesbianidades, quando se trata de Helena, portanto, para devida análise da telenovela, utilizamos a metodologia que compreende características próprias da composição da trama, captando as esferas verbais e visuais da obra. Estudamos os capítulos em que há ênfase na relação das personagens, categorizando os que dizem sobre histeria e lesbianidades. O trabalho se desenvolve em uma amarra entre teorias referentes às lesbianidades, claustro da histeria, teoria queer, teorias feministas e Comunicação.