O propósito desta comunicação é refletir sobre “Que corpos podem ocupar as ciências ditas exatas”? Neste paper se interroga a suposta ideia de neutralidade da Matemática. Esta pode ser interpretada como eco de uma gramática moral que articula dimensões de gênero e sexualidade produzindo apagamentos e hegemonias dentro dessa ciência? No sentido de avançar na reflexão proposta, foi realizada uma análise da live “Corpos políticos que resistem também fazendo matemática”, na qual mulheres professoras e pesquisadoras da Matemática marcadas socialmente por diferenças interseccionais contam sobre suas histórias e experiências nessa área predominantemente masculina, branca, cisgênero e ocupada por pessoas sem deficiência. A análise demonstrou a presença de normas (in)visíveis dentro da Matemática que orientam a formação de professores e pesquisadores dessa disciplina, tal como a sua profissionalização e carreira. Assim, nossa hipótese é de que os marcadores sociais da diferença são articulados, neste contexto, na produção de sujeito desiguais, a fim de hegemonizar os corpos que ocupam essa ciência.