Tara é um livro de 1961 da autora Cassandra Rios. A trama conta a história de Tarí, uma viúva branca, rica e bissexual que seduzia outras mulheres por diversão. A história se passa em uma ilha onde a maior parte das pessoas são negras e pobres. Nessa obra, a escritora racializa as personagens usando o termo “raça branca” para falar de delicadeza e beleza. Cassandra Rios foi a única escritora sobreviveu apenas de venda de livros no Brasil nas décadas de 1960 e 1970 ao lado de nomes como Jorge Amado e José Mauro Vasconcelos. Contudo, também foi uma das mais censuradas. Ao passo que ela batia o recorde de 1.000.000 de livros vendidos, na década de 1970, 36 de suas obras foram tiradas de circulação pela censura, fazendo a escritora perder seus direitos autorais. O objetivo desse trabalho é analisar como Cassandra representa a “raça branca” para retratar desigualdades raciais e de gênero no Brasil, situando a autora em seu lugar de mulher lésbica branca.