SANTOS, Fernanda Farias Dos. . Ciência e Arte do Encontro: o Rio de Braços Abertos... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/106916>. Acesso em: 22/12/2024 22:20
Desde o início das lutas por direitos de movimentos feministas e pela diversidade sexual, as mulheres lésbicas e bissexuais têm reivindicado atenção às suas sexualidades e especificidades. Contudo suas demandas em termos de ações e políticas públicas no campo da saúde foram sendo deixadas em segundo plano. Com o objetivo de entender quais as principais questões permeiam a discussão sobre sexualidade de mulheres lésbicas e bissexuais e as mudanças dos últimos 20 anos, foi realizado um levantamento bibliográfico nas plataformas Scielo e Lilacs com os descritores “homossexualidade” e “feminina”. Os resultados apontam que apesar da sexualidade lésbica e bissexual e suas especificidades terem sido incluídas em discussões e políticas públicas, houve poucos avanços, mantendo a invisibilidade e negligência de muitas demandas. Demonstram como o desejo, as práticas e as identidades de mulheres fora de uma construção heteronormativa ou sem um propósito reprodutivo podem gerar situações de discriminação, exclusão e sofrimento, que somados a outros marcadores sociais, intensificam a vulnerabilidade individual e social a que estas mulheres estão expostas. Além disso, revela como profissionais da saúde ainda encontram dificuldades e despreparo durante a formação e no fazer profissional para lidar com práticas fora de uma normatividade, e também como a família muitas vezes figura como mais um espaço de marginalização dessas mulheres. Ao contrapor esses resultados com as perspectivas de Direitos Sexuais e de Saúde Integral podemos afirmar que há ainda uma necessidade de maior entendimento de demandas e desenvolvimento de ações específicas para propiciar a essas mulheres, um exercício da sexualidade de forma informada, agradável e segura.