Esta comunicação é sobre complexas relações entre atuação de certos grupos conservadores, incluindo religiosos, na vida pública brasileira e experiências de violação de direitos de minorias, com foco nas políticas de sexo e gênero. Os últimos anos no cenário brasileiro foram assolados pela chegada ao poder da extrema direita e da viralização de discursos de ódio, pânico moral e pela obstrução e desaparecimento de pautas e agendas de direitos da política pública. A apresentação realça nexos entre a macropolítica e as políticas do cotidiano, a partir de um olhar para as queixas, lamentos, discursos emocionais e violações de direitos. O foco será na subjetividade e nas tramas discursivas implicadas no exercício do cuidado pastoral, da violência do Estado e em projetos de poder autoritários, que demonizam, desqualificam e colaboram para a produção de zonas de abjeção, desaparecimento e desconsideração. O material etnográfico analisado compreende um corpus de pesquisa amplo, dos dois autores. Focaliza entrevistas coletadas entre pessoas LGBTI+, em diferentes etapas da vida e com distintos vínculos religiosos, nas regiões sudeste e nordeste brasileiras. Discute como experiências de insegurança física e subjetiva, são atravessadas por marcadores sociais da diferença como classe, raça e etnia, geração, orientação sexual, gênero e HIV-Aids. O objetivo é lançar luz sobre formas de violência, dor e sofrimento no discurso sobre emoções e vivências de LGBTI+fobia. Por outro lado, serão discutidas formas de agência e resistências implicadas nos plurais vínculos entre religião, política e sexualidade, explicitando sobre distintos sujeitos, contextos, movimentos e redes.