No presente trabalho pretende-se trazer parte da experiência de uma mulher lésbica ao produzir um Trabalho de Conclusão de Curso sobre o acesso à saúde da população LGBTQIA+, com o recorte da população universitária da UFRRJ de Seropédica. A escolha do tema do Trabalho realizado dialoga diretamente com muitas vivências de sua autora, uma mulher lésbica usuária do Sistema de Sáude a cerca da UFRRJ. Enquanto pesquisadora que faz parte desta população, o público alvo desta pesquisa é muito mais que um objeto de estudo. A realização deste trabalho deu-se através de pesquisa bibliográfica sobre a contrução do direito social à saúde no Brasil, os processos de estigma, preconceito e discriminação em saúde e entrevistas individuais guiadas pelo Método Cartográfico acerca do impacto de tais fenômenos no acesso de pessoas LGBTQIA+ à serviços de saúde. Ao todo, a pesquisa contou com 15 entrevistades, sendo 7 mulheres lésbicas ou bissexuais, das quais todas vivenciaram pelo menos uma experiência de violência, negligência ou invisibilização de sua sexualidade. Estar diante de uma semelhante proporcionou um ambiente seguro para compartilhar as vivências, assim, as entrevistadas sentiam-se confortáveis para expressar suas inquietações sobre o tema e compartilhar duros relatos de suas experiências com profissionais de saúde. Estar diante de tantos relatos de violações de direitos entristecem por sua dimensão, todavia, criar uma rede segura de compartilhamentos de tais experiências trouxe a sensação potente de dar ouvidos às histórias que precisam ter voz para ecoar além da escrita, de forma que mudem a realidade encontrada.