Entender os processos de subjetivação em determinados campos educacionais e formacionais é extremamente relevante para a compreensão da visão de mundo que determinadas profissões reproduzem e quais os seus efeitos nos corpos políticos. Com essa ideia, considera-se de urgência a reflexão sobre as práticas produzidas em cursos jurídicos, em que se operam as tecnologias coloniais de Estado. Nesse cenário, a proposta deste trabalho é buscar cartografar as práticas orientadas por normas de gênero na subjetivação de docentes de Curso de Graduação em Direito de uma universidade pública no Sul do Brasil. Para tanto, realizaram-se entrevistas com professoras lotadas na unidade de ensino no período compreendido entre 2019-2021. Como pesquisa de campo, de caráter exploratório e de abordagem qualitativa, o trabalho apoia-se em revisão bibliográfica direcionada pelo pós-estruturalismo e em análise de práticas discursivas. São exibidos, como padrões enunciativos principais, a função materna da docência e a ideia de alteridade, revelando, no meio pesquisado, normas pautadas pela branquitude e pela cis-heteronormatividade.