Este estudo é a socialização da pesquisa 'Deixe a minha língua lamber o que quiser. Linguagem disruptiva de gênero no Brasil', onde eu apresento as bases filosóficas que amparam o trabalho e principalmente apresento o percurso metodológico e os objetivos deste estudo. Não se trata de uma comunicação que trará resultados ou análises, pois esta investigação ainda está em andamento. Porém, por consistir em um trabalho que busca examinar recursos de linguagem que desmantelam a ordem de gênero e sexualidade no Brasil e que, portanto, são modos evidentes de valorização à diferença humana, considero pertinente apresentar esta etapa da atividade e colocar, desde já, meu empreendimento de trabalho à discussão de fóruns públicos, sobretudo em momentos formativos entre pares como é o CINABEH. Nesta comunicação, diferirei a linguagem inclusiva de gênero binária da não-binária, apontando como elementos de divergência as expressões semióticas que demarcam, para o primeiro caso, uma binariedade identitária de gênero e, no segundo, um rompimento para uma representação não binária. Respectivamente, do ponto de vista político, a linguagem binária desorganiza a tradição masculinista de representação como universal e a linguagem não-binária desestrutura a duonormatividade. A apresentação aponta não apenas distinções, mas demonstra registros variados e propõe aplicabilidades e efeitos políticos na prática.