O presente trabalho tem por objetivo apresentar elementos do fabular a si e as feminilidades a partir do artefato cultural Tudo sobre minha mãe, de Almodóvar. Para tal, a presente investigação vale-se de um olhar hermenêutico de inspiração em Michel Foucault, Paul Preciado e Paul Ricoeur. Neste, buscou-se os caminhos e cartografias do fabular a si e do Outro no artefato cultural Tudo sobre minha mãe, de Almodóvar. Buscou-se acompanhar, a partir da narrativa fílmica e das discursividades emergentes, os pontos de rastros sedimentares, em termos de Deleuze e Guattari, que permitiam taxonomizar as feminilidades e suas emergências narrativas. Em tal movimento, evidenciamos que as feminilidades na obra cinematográfica remetiam a ao menos três linhas de força: i) As feminilidades enquanto representação de encontros e alianças, sendo estes produtores e producentes de movimento pelas práticas de cuidado e/ou pela demanda do Outro; ii) O feminino enquanto normose, ao passo que as demandas do Outro instauram espaços de adoecimento pela demanda de repetição, adequação a norma e/ou de fuga sem escape normativo; e iii) As feminilidades enquanto produções de autenticidades, sendo elaboradas pelos os usos de biotécnicas-biotecnologias e agenciamentos farmacotécnicos de investimento em si (sob o risco de normatização estética e normose, mas sobre a potencialidade de produzir outros modos de ser na materialidade moldável) e da narrativa enquanto espaço de afirmar o autêntico e o trajeto (sob a escuta e o olhar do Outro, e o localizar a si).