A literatura, em seus diferentes estilos, gera em cada leitor emoções, sentimentos, reflexões únicas. Cada leitor que se relaciona com o livro tem sua própria experiência, de acordo com sua história de vida e o mesmo livro pode suscitar emoções diferentes a cada leitor. Esta experiência literária deixa marcas e pode influenciar na postura de cada leitor, nas situações diversas da vida. Atualmente o contato com os livros se modificou com a popularização das plataformas digitais de leitura, que oferecem livros em diversos formatos, seja texto, imagem, áudio, vídeo, de acordo com as necessidades do leitor. As mudanças tecnológicas interferiram na forma como nos relacionamos com o livro? E como pensar essa experiência relacionada a formação acadêmica? A partir dessas reflexões, o presente texto apresenta um estudo desenvolvido em um grupo de pesquisa sobre cultura, tecnologias e formação docente em que os participantes foram convidados a partilhar momentos para refletir sobre experiências de leitura literária, com o objetivo de compreender de que forma a leitura de textos literários contribuiu para a formação acadêmica de cada um. Entre relatos emocionantes, divertidos e reflexivos desses participantes da pesquisa – de caráter qualitativo- buscamos articular questões relacionadas com a construção de saberes, prática de pesquisa, a escuta atenta ao outro e formação emancipatória nos caminhos trilhados na vida acadêmica de cada um. Nossa caminhada teórico metodológica vem sendo construída com autores como Paulo Freire, Jorge Larrosa, Lajolo e Zilberman. As narrativas entrelaçam motivações para a prática da leitura com as experiências acadêmicas e docentes que foram sendo construídas com diferentes textos literários ao longo da trajetória de cada pessoa. A pesquisa aponta que há um afastamento das leituras literárias à medida que a vida acadêmica se amplia, bem como a complexidade dos processos de estudo na graduação e pós-graduação.