Esta tese trata sobre a fotografia contemporânea como elemento de socialização, em relação às mudanças que ocorreram na produção e circulação das imagens pelas Internet, tendo como objeto de análise a produção de autorretratos, especialmente as selfies. Tem como corpus as imagens presentes no aplicativo Instagram, que se apresenta como fenômeno social e como características a velocidade, a instantaneidade e a ubiquidade. O objetivo principal é analisar e compreender as experiências vividas pelos jovens na relação com seu contexto social na rede social Instagram. Os objetivos específicos: verificar as formas como se autorepresentam e, a partir delas, constroem culturas juvenis; observar como manifestam e expressam seus modos de ser jovem nas redes sociais, em especial no Instagram, em perfis construídos a partir de múltiplas identizações ; analisar os perfis tendo por base as cinco dimensões de culturas juvenis propostas por Feixa (2008). A pesquisa buscou compreender culturas juvenis (FEIXA, 2008), a partir da Sociologia da Experiência (DUBET 1994). Em um processo de investigação empírica de cunho qualitativo e netnográfico, dialogamos com autores que contribuem para a reflexão de conceitos essenciais a este estudo, como o de juventude (DAYRELL, 2002; CARRANO, 2005), performatividade (SIBILIA, 2013), cibercultura e ciberespaço (LÉVY, 2011; CASTELLS, 1999; MCLUHAN, 1964; HALL, 1997; LEMOS, 2007, 2013). Foi possível concluir que os jovens têm ocupado os campos da arte e da cultura juvenil digital como produtores, gestores e consumidores, e muitos buscam a profissionalização da criatividade pela dimensão que denominamos nesta tese de AUTOEXPRESSÃO. Entre as redes sociais e juventude: o que pode uma selfie? Uma selfie pode trazer o rompimento com a vida estritamente privada e a imersão nas redes sociais, produzindo experiências sociais, refletindo nos modos de ser, ter e fazer culturas juvenis digitais.