Um dos grandes desafios da Educação Básica no Brasil do atual século é a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, as quais tornam obrigatória a inclusão do ensino da História da África, da cultura Afro-brasileira e Indígena, nos currículos dos estabelecimentos de ensino do país. Observa-se que, do ponto de vista prático, tais leis não são aplicadas ou aparecem de maneira superficial durantes as aulas. No caso do ensino das ciências exatas o tema praticamente não se é abordado; o debate em torno dessas leis bem como a discussões das práticas pedagógicas e didáticas desenvolvidas nas escolas estão quase que exclusivamente restritas às iniciativas feitas no contexto de disciplinas das Ciências Humanas e Sociais. Ancorado em referenciais teóricos da etnomatemática e da Pedagogia Dialógica de Paulo Freire, o presente trabalho apresenta Sequências Didáticas diversificadas com o objetivo de permitir, nas aulas de matemática da Educação Básica ou nos cursos de Licenciatura em matemática, uma ampla discussão acerca dos pressupostos históricos, culturais e científicos do conhecimento matemático de África e a decolonialidade na prática do ensino de matemática. Tomando os conhecimentos matemáticos básicos em variadas culturas como ponto de partida, este artigo soma-se às iniciativas que buscam contribuir com o ensino das relações étnico-raciais através de um material didático construído em sala. Portanto, é possível concluir que o ensino da matemática pode contribuir com uma educação mais crítica, antidiscriminatória, antirracista, emancipatória e diversa.