Existe uma desigualdade de gênero na produção e na circulação do conhecimento em várias áreas científicas, inclusive nas Ciências Sociais. São homens os conhecidos clássicos de disciplinas como Sociologia e Ciência Política, aqueles que têm seus trabalhos compartilhados e que assinam os textos que predominantemente compõem os currículos acadêmicos. O currículo de Sociologia na Educação Básica reproduz esta lógica ao tratar de teorias e, mesmo na abordagem dos temas, privilegia-se uma perspectiva que destaca menos questões relevantes para as mulheres como família, trabalho reprodutivo, casamento, direitos sexuais e reprodutivos. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um projeto de pesquisa sobre as mulheres que produziram teoria social e a possibilidade de suas teses constituírem uma referência no currículo da Educação Básica. O projeto teve início em 2019 no campus São Cristóvão III do Colégio Pedro II com a participação de estudantes de iniciação científica júnior e também de licenciandas vinculadas ao PIBID. Coube ao grupo investigar a produção de dez autoras mulheres, brasileiras e estrangeiras, do século XVIII ao início do século XX e refletir sobre o programa de Sociologia da instituição à luz destas teorias.