Através de um balanço bibliográfico, o artigo apresenta uma análise crítica da produção teórico sociológica sobre o vestibular e sobre os sentidos da sociologia para o vestibular. Assim sendo, investiga-se, em um primeiro momento, os estudos direcionados ao entendimento do papel da sociologia nas provas de acesso ao ensino superior, destacando-se o potencial da disciplina na contextualização das questões de humanas e na argumentação para a redação. Em um segundo momento, foca-se na literatura que se direciona a compreender o vestibular em si, destacando-se três abordagens: ora o vestibular é entendido como aquele que instaura um “ethos competitivo” nas escolas, ora é interpretado como uma fronteira e, em menor escala, como uma realidade praticada. Neste sentido, argumenta-se sobre uma ausência significativa das percepções discentes no quadro de análises voltadas à compreensão do vestibular e da relação entre ele e a sociologia, deslocando-se das práticas escolares que instituem as provas de acesso ao ensino superior como uma realidade treinada e vivida pelo público escolar. Justamente por isso, a partir da exposição de um balanço crítico da literatura a presente pesquisa defende uma perspectiva que esteja direcionada à capacidade crítica dos atores sociais nas análise das dinâmicas escolares das quais eles fazem parte, argumentando sobre a necessidade de levar em conta a participação dos discentes no que tange à avaliação de suas práticas escolares e visões sobre o papel da sociologia na realização das provas de acesso ao ensino superior.