A dor crônica (DC) é uma experiência multidimensional que envolve aspectos sensório-perceptual, afetivo-motivacional e cognitivo-avaliativo que interagem e contribuem para a resposta dolorosa final. A prevalência da DC em indivíduos pós Acidente Vascular Cerebral (AVC) varia consideravelmente a depender dos critérios e metodologias empregadas para avaliá-la. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência da DC em indivíduos pós AVC, residentes na região do Trairi Potiguar. Foi realizado um estudo transversal de caráter quantitativo que avaliou 24 pacientes hemiplégicos em período crônico através de um questionário sócio demográfico e clínico (idade, sexo, tempo de lesão, hemicorpo comprometido e o tipo de AVC) e dos seguintes instrumentos de avaliação: Questionário de dor de McGill (QDM), e a Escala de Desempenho Físico de Fugl-Meyer - subseção motora (FM). Os pacientes selecionados apresentaram uma média de idade de 62,5 anos (±12,45), sendo 54% do sexo masculino, com um tempo médio de lesão de 24 meses (±42,79), hemicorpo comprometido a direita em 45% dos casos, e pontuação motora média na FM 54,5 (±25,96) pontos. Em relação à dor, 10 indivíduos relataram DC, com uma pontuação média de 21,5 (±43,30). Entre os domínios da QDM, o sensorial foi o mais relatado (46% dos indivíduos), com uma pontuação média de 13 (±7,44) pontos, enquanto que o domínio cognitivo o menos referido (33% dos indivíduos). No que diz respeito a intensidade da dor, a maioria a descreveram como desconfortante, localizando-a principalmente no braço. Desta forma, o presente estudo demonstra que a prevalência da DC foi de 41% dentre os indivíduos avaliados.