Este trabalho propõe uma análise discursiva do projeto/movimento autodenominado Escola sem Partido. Com relação aos procedimentos metodológicos, realizamos uma pesquisa de cunho qualitativo, fundamentado no dispositivo teórico da Análise do Discurso de linha pecheutiana. O nosso corpus é composto de materialidades linguísticas disponíveis no site “oficial” do movimento, mais especificamente, da seção “perguntas e respostas”. Em vista disso, problematiza-se os efeitos de sentido produzidos em torno da moral, da integridade intelectual dos estudantes e do direito dos pais/responsáveis de educar os próprios filhos. Os resultados apontam para a produção de discursos conservadores que marginalizam o professor e restringem o papel social da escola, atribuindo a eles o rótulo de “doutrinação marxistas”. Ademais, destaca-se que o movimento Escola sem Partido vem se constituindo ao longo dos últimos anos como um dispositivo discursivo, incorporado por diversos Aparelhos Ideológicos do Estado – AIE, cujo objetivo é cercear a liberdade de cátedra, disciplinado os indivíduos aos moldes do conservadorismo burguês.