Para que a educação promovida no Brasil seja considerada antirracista se faz necessária um processo de formação de professores que seja afrocentrado. Ou seja, que valorize, priorize e insira a história e a cultura dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas. Tendo como base as leis 10.639/03 e 11.645/03, esse relato de experiência tem como objetivo apresentar as contribuições de cientistas negres na produção do conhecimento nas ciências e suas contribuições, de modo mais específico, na formação dos alunos do Curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, campus Apodi. O presente trabalho foi apresentado na disciplina optativa Educação para a diversidade e no III Encontro de Química do referido campus. Mergulhando no Projeto Político Pedagógico do curso, bem como em diálogo com os graduandos, percebe-se a ausência do conhecimento de cientistas negros e negras e suas descobertas. A ciência apresentada nas escolas e cursos de formação de professores se apresenta como branca e masculina, desconsiderando a presença negra, ocultando as contribuições de negras e negros cientistas. A exemplo da médica Merit Ptah viveu na época de 2700 a.C. e morou no Egito durante a Era do Bronze; Ernest Everett Just o primeiro negro a receber o título de Ph.D. da Universidade de Chicago em embriologia experimental ou Alice Ball, a primeira mulher a se formar na Universidade do Havaí, que aos 23 anos, criou o método Ball, um tratamento químico que ajudou a curar a Hanseníase, entre tantos outros desconhecidos nos espaços educacionais. Assim, esse trabalho visou colaborar com a difusão de um olhar afrocentrado para a ciência que também é negra. Propondo a reflexões em contexto formativos para o redirecionamento do olhar para a reelaboração de uma ciência mais inclusiva e que valorizes as matrizes africanas e afro-brasileiras.