Para Theodor Adorno, visto que somente uma educação emancipadora poderia desenvolver uma visão crítica sobre a sociedade, a problematização sobre nossa formação seria então, importante. Para tanto, em “Teoria da Semicultura”, o autor passa a fazer uma reflexão sobre como o espírito burguês dominante desde o século XVIII operou uma desconstrução de senso crítico. Características objetivas, tecnicistas, adaptativas, se impuseram sobre características subjetivas ou críticas, produzindo indivíduos submissos, semiformados e incapazes de lidar dialeticamente com a relação entre a natureza e as coisas do espírito. Esta semiformação, que passou a ser a forma dominante da consciência contemporânea, segundo Adorno, tem o potencial de nos orientar a barbárie. Visto ser a formação, a “cultura tomada pelo lado de sua apropriação subjetiva”, a ideia será a reflexão de uma formação que caminhe na construção de condições para um rompimento com a dominação caracterizada, por exemplo, pela adaptação, e que siga em direção, com todos os seus limites e contradições, de uma formação que produza autonomia. Em um mundo onde a técnica tem uma posição tão valorizada, uma reflexão sobre a formação de uma “consciência coisificada” e seu papel no processo de formação são importantes para compreensão do que exista de exagerado, irracional e mesmo patogênico neste uso da técnica. Reconhecermos o verdadeiro papel da educação e da possibilidade do desenvolvimento de uma consciência verdadeira.