O capacitismo, como expressão de discriminação e preconceito, a partir de concepções de incapacidade destinadas as pessoas em função de não corresponderem ao padrão normativo, é presente nas relações em diversos espaços, dentre eles na academica. Nesse sentido, o referido artigo objetiva compreender como é expresso o capacitismo voltados à estudantes autistas no ensino superior brasileiro. De abordagem qualitativa, de cunho exploratório, esse estudo foi realizado com dados secundários, a partir do recorte dos resultados de uma pesquisa doutoral sobre acessibilidade para estudantes autistas no ensino superior brasileiro, a qual coletou informações por meio de questionário estruturado (com questões abertas e fechadas) e entrevista semiestruturada. Teve a participação de dez graduandos/as autistas matriculados em instituições públicas de ensino superior brasileiro em 2018. Apoiou-se teoricamente nos Estudos sobre Deficiência na Educação para discussão e análise dos dados. Os resultados indicaram o capacitismo presente no currículo, no fazer pedagógico, na gestão e atitudes das pessoas, como: desinteresse de professores na busca de alternativas metodológicas para a acessibilidade de autistas; ausência de formação docente; negligência da gestão em relação aos recursos e apoios necessários a acessibilidade; desconsideração dos professores frente a dificuldade de abstração dos autistas; não atendimento às necessidades do estudante por parte do professores mesmo este tendo conhecimento sobre as mesmas; piadas contadas sobre autismo e preconceitos dos colegas.