Em março de 2020, o Brasil viu-se diante da demanda alarmante na saúde pública: a pandemia da Covid-19. Houve, então, a necessidade de estabelecer um isolamento a fim de conter, em maior escala, o avanço do vírus, afetando, dentre vários aspectos, a vida social e emocional dos indivíduos, visto por exemplo, no aumento de casos de ansiedade em 25% de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns de seus sintomas são pensamentos disfuncionais e preocupação excessiva, taquicardia, suor constante, dores de cabeça, dentre outros. Este fator apresenta-se relevante uma vez que a ansiedade tem causas multifatoriais, tal como o nível de exposição a um ambiente estressor, entre eles o escolar, podendo influenciar tanto nos sintomas supracitados, como favorecendo o adoecimento psíquico destes profissionais. Tais questões, por sua vez, foram percebidas a partir de relatos realizados com professores do sertão pernambucano da cidade de Ibimirim, por meio das vivências no projeto de extensão “UFPE no meu quintal”, nos períodos de 22 a 26 de maio de 2023, através da oficina “Primeiros socorros psicológicos para ansiedade no contexto escolar”. Nesse sentido, o presente artigo trata-se de um relato de experiência de cunho qualitativo exploratório e revisão bibliográfica, o qual tem por objetivo compreender as ressonâncias do período pandêmico na saúde mental dos professores, com os dados coletados durante as oficinas ministradas em três momentos distintos e um total de 46 participantes, sendo observado que, devido ao escasso acesso a recursos psicológicos no município, estes profissionais encontram-se diante de questões como nível de realização e esgotamento profissional ou dificuldade em estabelecer um limite entre a vida pessoal e o trabalho. Assim, promover um momento de reflexão acerca do fazer do professor, bem como sobre saúde mental, mostrou-se relevante para os participantes da oficina, visto o baixo suporte psicológico na cidade.