Esse trabalho visa analisar o capítulo “Palmares, a guerra dos quilombos”, do livro didático de história intitulado “História.doc”, da editora Saraiva, destinado a alunos do 7° ano, partindo dos aspectos da utilidade que Jorn Rusen considera essenciais em um livro didático ideal, das proposições da lei 11.645/2008 e da BNCC. Os aspectos da utilidade para o ensino prático, para a percepção, interpretação e orientação histórica podem direcionar uma construção eficiente de um material didático, além disso, é importante tratá-los segundo as leis e especificidades que competem ao processo de ensino/aprendizagem, nesse sentido, as representações poderão ser feitas de modo a contemplar as mais variadas perspectivas. Assim, por meio de uma pesquisa documental, com uma abordagem qualitativa e análise de conteúdo, busca-se interpretar os discursos presente no texto e nas imagens, evidenciando que para além de Palmares houve outros quilombos. Independente de qual comunidade for abordada nesse tipo de recurso, os estereótipos não devem ser perpetuados, mas sim derrubados, com base em um ensino antirracista, em uma proposta contra-hegemônica. Foram utilizados autores diversos inclinados para o ensino de história e representação das comunidades quilombolas em livros didáticos. Com base no que Rusen aborda, o capítulo apresenta uma única perspectiva, utilizando somente Palmares para tecer uma narrativa acerca dos quilombos.