No Brasil temos evidências acumuladas sobre a dinâmica envolvendo as variáveis educação e renda, pois sabemos que a renda leva a uma ampliação das possibilidades de uma trajetória educacional mais longa e, por sua vez, educação está diretamente associada a níveis mais elevados de renda. Portanto, o sistema educacional é parte importante do sistema de reprodução das desigualdades. Neste artigo fazemos um balanço dos modelos de explicação do acesso à educação superior assumindo que é este nível que tem efeitos mais direto na reprodução social e suas desigualdades. Mostramos que as teorias da desigualdade maximamente mantida e da desigualdade efetivamente mantida são os modelos predominantes para a explicação dos efeitos da expansão da educação superior e também de leituras brasileiras sobre o efeito da disputa por vagas no processo de seleção brasileiro onde operam diversos modelos de cotas para o ingresso na educação superior, salientando que as cotas representam mecanismos para permitir o ingresso a grupos que não teriam condições de competir em igualdade de condições em função da dinâmica de reprodução entre renda e educação. Finalizamos o trabalho apresentando possibilidades que surgem quando a análise se centra em instituições específicas, onde certas expectativas projetadas sobre o desempenho dos candidatos não correspondem às ideias mais gerais de que a entrada dos cotistas resulta em estudantes de menor desempenho nos processos seletivos. Este estudo é fruto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC).