Este trabalho, embasado nos estudos discursivos foucaultianos, aborda as relações de poder na literatura utilizada no ensino médio, a partir da ótica da colonialidade dos saberes nesse campo de ensino. Com isso, problematizam-se questões do viés elitista-cultural da sociedade brasileira, claramente refletido nas manifestações artísticas-literárias. Objetivou-se questionar a grande preferência por autores pertencentes ao cânone literário para serem trabalhados em sala de aula, de forma a relacionar a escritora contemporânea Conceição Evaristo como um forte exemplo da marginalização de autorias que representam minorias, em detrimento do grupo literário privilegiado. Para tanto, recorreu-se à pesquisa bibliográfica, a partir da utilização de autores como Foucault (1992) e Evaristo (2016), os quais norteiam discussões diretamente relacionadas aos sujeitos encontrados fora da ordem social prevista pelo sistema. Ademais, contemplamos as relações canônicas existentes na literatura, levando em consideração um fator contemporâneo: a decolonialidade na literatura.