Realidades socioculturais, socioeconômicas e identitárias diversas modificam as maneiras como os sujeitos se relacionam e têm a possibilidade de se relacionar com a escola e com a aprendizagem. Profissionais da educação têm uma formação que, teoricamente, prepara-os para esse contexto de diversidade e de necessidade de diversificação de estratégias. Além da formação inicial e continuada, nacionalmente já foram lançadas diferentes políticas para a consulta de profissionais e implementação nas redes de ensino e nos cursos de formação docente, com a intenção de auxiliar esse processo, como as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e as diretrizes das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (DCNs). Entretanto, é comum que, sobretudo docentes, não se sintam preparados/as para esse cenário. O tema da diversidade social e cultural continua se constituindo como um entrave para as relações educacionais, refletindo no processo de ensino e aprendizagem, influenciando a qualidade do trabalho docente e a trajetória escolar e o desempenho de discentes. O mais recente documento oficial de orientação à formação docente, a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação), também orienta sobre o tema. Neste texto, analisamos como a questão da diversidade sociocultural é abordada e quais as orientações prestadas para a formação efetiva docente em atenção a esse aspecto, requerido entre as competências desejadas para os/as docentes, listadas no documento. Observou-se que há uma série de descrições de competências e habilidades requeridas para os profissionais, para que consigam lidar com as diversidades dos/as estudantes, mas que há pouca orientação direta e de rede de apoio para o desenvolvimento dessas competências.