O ROMANCE DO MODERNISMO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN) TEM COMO DESTAQUE O ESCRITOR CURRAISNOVENSE JOSÉ BEZERRA GOMES CUJA OBRA DE MAIOR REPERCUSSÃO, OS BRUTOS (1938), APRESENTA, DIANTE DE UMA FRANCA EXPANSÃO DA PRODUÇÃO DO CICLO DO ALGODÃO NO SERIDÓ, SILÊNCIOS QUE, SE POR UM LADO, SÃO ENCOBERTOS POR DISCURSOS HEGEMÔNICOS, POR OUTRO, DESESTRUTURAM PARADIGMAS DIFUNDIDOS POR UM GRUPO PARA SE MANTER NO PODER. DIANTE DISSO, ESTE TRABALHO BUSCA PERCEBER AS VOZES SOCIAIS ESTEREOTIPADAS POR UMA ELITE CONSERVADORA NA REGIÃO NORDESTE, CONFRONTANDO ELEMENTOS ESTRUTURANTES E TEMÁTICOS ENTRE O LIVRO BEZERRIANO COM OS DOIS CÂNONES REGIONALISTAS VIDAS SECAS (1938), DE GRACILIANO RAMOS, E O QUINZE (1930), DE RACHEL DE QUEIROZ. A PESQUISA INSERE-SE NO ESCOPO DA LITERATURA COMPARADA, COM ABORDAGEM QUALITATIVA E PROCEDIMENTO METODOLÓGICO BIBLIOGRÁFICO, COM APREENSÃO DAS ANÁLISES NOS POSTULADOS TEÓRICOS DO CÍRCULO DE BAKHTIN, PARTICULARMENTE, AO QUE SE REFERE À CONCEPÇÃO DIALÓGICA DA LINGUAGEM, CRONOTOPO E VOZES SOCIAIS, REPORTANDO-SE AO MÉTODO MATERIALISTA DIALÉTICO-LITERÁRIO, EMBASADO PELO PENSAMENTO MARXISTA, COM REFLEXÕES DE BASE SÓCIO-HISTÓRICA. O RESULTADO DESTE ESTUDO REVELA QUE O SILÊNCIO DAS VOZES SOCIAIS EM OS BRUTOS É PROVOCADO POR UM SISTEMA DE EXPLORAÇÃO EM QUE SUJEITOS SÃO MANTIDOS NAS MARGENS DO TEMPO.