Inseridos em uma sociedade estruturada pelo racismo que se expressa nas desigualdades étnico-raciais e suas complexidades (CARNEIRO, 2005), é indispensável que o papel do educador e do sociólogo passe pela compreensão deste contexto. Dessa forma, pautar as categorias de raça, etnia e seus atravessamentos é fundamental para as Ciências Sociais em salas de aula tanto do ensino superior quanto do ensino médio. A mobilização popular negra mirou estrategicamente na prática curricular ao lutar para garantir a Lei 10.639/03 (BRASIL, 2003), que torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira no ensino básico e, no ano em que a referida lei completa 20 anos, propõe-se reflexões acerca dos avanços e desafios a respeito de sua efetivação. O presente trabalho se debruça, portanto, sobre o papel da Sociologia enquanto disciplina escolar do ensino básico brasileiro no sentido da promoção da educação das relações étnico-raciais de maneira alinhada à uma educação problematizadora e ao cumprimento da Lei 10.639/03. Tendo em vista o potencial da Sociologia no trato da educação das relações étnico-raciais, são apresentadas reflexões desenvolvidas a partir da prática docente na disciplina de Sociologia em uma escola pública periférica na cidade de Belo Horizonte no formato do Novo Ensino Médio a partir da metodologia pesquisa-ação.