O capital cultural adquirido pela vivência no meio social tem poder de influência no desempenho dos estudantes na disciplina de Sociologia? Esta é a questão norteadora do presente trabalho. Baseando-se nela, realizou-se um estudo sobre as bases culturais e sociais do desempenho estudantil. O objetivo é entender as razões do (in)sucesso escolar em sociologia e suas relações com a distribuição desigual de capital cultural dos(as) alunos. Nosso ponto de vista teórico considera que “a ação do meio familiar sobre o êxito escolar é quase exclusivamente cultural”, ou seja, “é o nível cultural global do grupo familiar que mantém a relação mais estreita com o êxito escolar” (BOURDIEU, 2015, p. 46). Com o suporte dessa perspectiva teórica, inferimos que a desigualdade social é um fator marcante da sociedade atual, mas não se trata de um fenômeno posto e construído no momento presente, tendo em vista que é histórico e inerente a sociedade de classes, trata-se, sobretudo, de um sistema de contradições que se reflete nos diversos âmbitos sociais. O caminho metodológico seguiu-se através da análise de dados primários coletados por meio de questionário para obtenção de dados qualitativos, objetivando sondar possíveis relações entre a cultura adquirida, e o quanto ela socialmente influi na capacidade cognitiva do indivíduo, a pesquisa foi aplicada aos estudantes do 1° Ano do Ensino Médio da Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará, posto que os mesmos se encontram no início de sua “relação” com a Sociologia, fator colaborativo a análise do desenvolvimento desse “contato” e dos fatores que podem influenciá-lo.