A Reforma do Novo Ensino Médio (NEM) (BRASIL, 2017) foi aprovada sem diálogo com os atores que são mais afetados pela reforma, os jovens estudantes e professores. Tão pouco dialogou com pesquisadores, que acumulam anos de investigação sobre o tema. A aprovação da lei 11.415/2017 não veio isenta de duras e necessárias críticas que ganharam um novo fôlego em 2023. A pauta agora é pela revogação da reforma do novo ensino médio. Essa reivindicação que reúne centenas de grupos de pesquisa, faculdades de educação, associações de pesquisa e de ensino em todo o Brasil, a fazem pelo acúmulo de informações e dados de pesquisas obtidas no país sobre como tem se realizado a implementação da reforma e, também, pela compreensão mais aprofundada dos interesses a quem ela atende. Em vista disso, este trabalho tem como objetivo analisar o impacto sobre o ensino de sociologia após a implementação dos dois primeiros anos do NEM no estado de Minas Gerais. Justifica-se esse olhar mais atento sobre a Sociologia, visto que o componente curricular perdeu sua obrigatoriedade no ensino médio, que era garantida desde 2008. Para tanto, faremos análise documental de resoluções da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) dispostas entre os anos de 2021 e 2022. De acordo com Gil (2008), por ser tratar de uma fonte de pesquisa rica, de baixo custo e estável de dados, é passível de ser explorada em documentos oficiais, o que atende os objetivos para esse trabalho. Entre os documentos analisados, o Currículo Referência de Minas Gerais, a Resolução 4.777/22, que dispõe sobre as matrizes curriculares referentes ao 1º e ao 2º ano de implementação do NEM e a Resolução 4.773/22, que define os critérios utilizados para a convocação de professores para atuarem no NEM.