No campo das políticas públicas o Brasil deu passos importantes para diminuição das desigualdades raciais, pode-se listar as Lei 10.639/03 e 11.645 como exemplo disso. No mais, no ano de 2013, foi lançada o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana, neste documento fica estabelecido a implementação de conteúdos e disciplinas curriculares nos cursos de Educação Superior. Baseando-me neste princípio, busquei entender se o curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco está preparando seus futuros profissionais para tratar com a temática racial na sala de aula do Ensino Médio. As legislações supracitadas surgem para dar fim a narrativa que a participação da África e dos afrodescendentes na historiografia brasileira estaria reduzida à exploração e ao sofrimento, capacitando professores para que a sala de aula seja um espaço seguro para todos. Ao longo da pesquisa de caráter qualitativo, analisamos o Projeto Político Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais (CS) e percebemos que há um descompasso entre a formação docente e os saberes de referência das CS, além disso, percebemos a falta de articulação entre os temas propostos no curso com a temática racial. Isto se dá pois, o curso de CS, na UFPE, tem caráter eurocêntrico e eurocentrado. Como aponta Fanon (2006) Franz Fanon (2006), as instituições em países colonizados acabam sendo réplicas imperfeitas do ideal de universalidade do colonizador que é branco, masculino, heteronormativo e cristão (BERNARDINO-COSTA, GROSFOGUEL, 2016).