O artigo considera os agenciamentos e mediações sociotécnicas no âmbito escolar, em relação ao uso dos aplicativos e do software para medição de desempenho educacional (Power Bi), implantados pelo governo do estado do Paraná no período de Ensino Remoto Emergencial (ERE) e ensino híbrido, decorrente da pandemia de Covid-19, que repercutiram em um maior controle do trabalho docente e continuam em uso até o presente momento, interferindo e modificando as práticas docentes. A metodologia será pautada na pesquisa de análise documental. As informações e os dados coletados através do Power Bi serão problematizados à luz da literatura pertinente, no intuito de compreender as particularidades da situação política e institucional do período pós-pandêmico, bem como de descrever as estratégias adotadas pelos governantes, ancorada nas políticas de accountability e tecnologia, que repercutiram em um maior controle da atividade docente. Conjectura-se que este modelo de gestão escolar adotado pelo governo do estado, baseado nas políticas de accountability, pautado em: metas, resultados, incentivo à competição, mérito individual e criação de rankings de desempenho, está levando os docentes responderem por exigências além da sua formação, acentuando o mal-estar docente frente à nova demanda de atividades e das cobranças para atingirem as metas e índices estabelecidos pela Secretaria de Estado da Educação (SEED).