A pandemia da Covid-19 modificou profundamente o cenário social e trouxe impactos nas mais diferentes esferas, dentre elas destacamos o âmbito educativo e os processos de alfabetização e letramento. Diante da necessidade de isolamento e distanciamento para evitar a circulação do vírus, o espaço escolar precisou ser reformulado, as aulas remotas se tornaram uma alternativa possível. Nesse sentido, o objetivamos refletir sobre os desafios e possibilidades para o processo de alfabetização e letramento no contexto das aulas remotas. Para tal nos fundamentamos nas discussões desenvolvidas por Magda Soares que destaca a importância de alfabetizar letrando, ou seja, inserindo e participação da criança na cultura escrita, bem como dialogamos com Paulo Freire quando ele destaca a importância da alfabetização contextualizada, de partir da leitura de mundo do educando e amplia-la com o domínio da escrita. Metodologicamente nos utilizamos da observação participante, no ambiente virtual de uma turma do 2 ano da Rede Municipal de Fortaleza, e realizamos entrevista semiestruturada com a professora regente. Dentre os principais desafios identificados nessa pesquisa destacam-se a dificuldade de acesso as ferramentas digitais, o baixo grau de letramento dos tutores das crianças, a dificuldade da escola em acessar essas famílias, bem como as condições de trabalho docente e pouco domínio da tecnologia digital. Dentre desse cenário, as vídeo chamadas individualizadas, os roteiros de atividades encaminhados com antecedência, a seleção e uso de vídeos educativos da internet e principalmente a construção de relações de parceria com as famílias apareceram como possibilidades para viabilizar minimamente a alfabetização e letramento das crianças.