Na Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) não possui uma definição unitária e consensual em relação à categoria dos pronomes demonstrativos ao longo dos estudos da língua. Diante disso, o pronome aquilo, é visto pela a tradição gramatical como pertencente ao grupo dos demonstrativos neutros e invariáveis, com função de indicar algo que se encontra distante dos interlocutores. Todavia, percebemos que essa estrutura pode apresentar novos usos, além das funções já cristalizadas. A pesquisa em questão está orientada na perspectiva funcional da linguagem, já que a investigação observa a função (referenciar) e a forma (o pronome aquilo) a partir de dados da língua falada em situações reais de uso da cidade de Natal – RN. Ressaltamos que um dos pontos de destaque do funcionalismo linguístico é a existência do predomínio da função sobre a forma, ou seja, esta estaria a serviço daquela. Nesse sentido, este trabalho tem o objetivo de analisar o comportamento do item aquilo em situações reais de comunicação, e discutir sobre a viabilidade de um ensino de gramática que invista em análise de dados da língua falada para buscar uma prática pedagógica mais reflexiva no ensino-aprendizagem da língua portuguesa. A partir da análise, verificamos que o tratamento funcionalista que lançamos sobre o aquilo adensa a percepção de que há matizes semânticos diversos no uso de um mesmo item. O cerne da informação é avaliado por mecanismos discursivos que são acionados pelo uso linguístico, corroborando o caráter multifuncional do item. Em vista disso, é possível identificar várias subfunções realizadas por um mesmo item, viabilizadas pela capacidade de adentrar nos variados contextos.