Este trabalho busca discutir a elaboração de material didático dentro de uma perspectiva da educação linguística para o público surdo. Operamos dentro de uma perspectiva dialógica da linguagem (MAINGUENEAU, 2009), que busca compreender as condições de produção de enunciados e as redes de sentidos mobilizadas por elas. Optamos como caminho metodológico um olhar para dois polos conceituais do entendimento de surdez. Esses são os dois caminhos mais evidentes de significar o surdo e, por conseguinte, a surdez. Verificamos, então, dentro dessa trajetória temporal é possível estabelecer um paralelo com um espectro que em um extremo está o surdo definido pela sua deficiência, aquele que não pode ouvir e nada mais pode ser dito dele. No outro extremo está o surdo que é visto por suas múltiplas identidades e que a surdez é um dos elementos que o constitui.