O estado da Paraíba é um destaque nacional quando falamos em produção literária, seja na prosa (através do cânone) ou na poesia, sobretudo, a contemporânea, na qual se destaca como um dos estados que mais produz e publica poesia no Brasil. Nesse contexto, Luciana Queiroz, poeta e mulher cajazeirense, se configura com um dos grandes nomes da poesia paraibana contemporânea que traz o lugar da experiência poética a partir da passagem entre o corpo e a linguagem. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é analisar o lugar do erotismo como ética da corporalidade carnal da vida presente no livro Nua sob escamas (2016), de Luciana Queiroz, publicado pela Editora Patuá. Nesta obra, o erotismo e o poético confundem-se e revelam o feminino como consciência corporal que move a voz e a força da intenção dos desejos comumente cerceados pela ordem do falogocentrismo. Assim, o sujeito lírico pode ser entendido como uma força empoderadora que é um tema que perpassa quase todos os poemas, a contar pelo próprio título. Além disso, outra temática presente é a estética do sertão e este espaço tomado como um símbolo-força atrelado ao sujeito lírico, de modo que o resultado desta comunhão de forças é sempre um sujeito feminino erotizado, materializado, resistente que estabelece pela nudez poética as tessituras da libertação. Para fundamentar a nossa análise contamos com as reflexões de Lorde (2021), Bataille (2021), Saffioti (2019), Dussel (2016).